Morte de Vanessa pode gerar reforma nacional de segurança às mulheres


Após visita a Campo Grande para discutir melhorias no atendimento às vítimas de violência doméstica, na Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande, a ministra das mulheres, Cida Gonçalves, prometeu que o feminicídio de Vanessa Ricarte servirá de exemplo para criação de novos protocolos implementados no país. Para assistir a entrevista completa, clique aqui.

Ministra Cida Gonçalves em entrevista ao MS 2 após feminicídio de Vanessa Ricarte (Foto: José Câmara)

Durante entrevista ao vivo para o MS 2, Cida reforçou as mudanças que deverão acontecer daqui para frente, após horas de discussão com forças de segurança e justiça. 

“Nós estamos saindo daqui e vamos constituir um grupo que é composto pelo Ministério das Mulheres, pelo Governo do Estado, a prefeitura municipal, o Tribunal de Justiça, Defensoria Pública e Ministério Público para repensar protocolos, fluxo, os critérios para que as pessoas possam trabalhar nesse local. Isso nós vamos levar para o Brasil”, afirmou a ministra. O vice-governador Barbosinha é quem deverá coordenar o processo. 

Além disso, Cida reforçou que os serviços atribuídos à Casa da Mulher Brasileira devem ter uma melhor conversa entre os setores que atuam na delegacia. 

“Nós precisamos ter um sistema em que diversos serviços conversem entre si. O que a mulher fala no psicossocial ou na Deam já chegue no juizado, na promotoria ou na patrulha maria da penha. Nós necessitamos ter nesses serviços pessoas que tenham empatia com o tema, que tenham condições de atender as mulheres, condições de atender de uma forma humanizada, transparente, porque muitas pessoas às vezes não conseguem trabalhar com a questão da violência”, disse. 

Por fim, a ministra afirmou que o trabalho efetuado na unidade de acolhimento às vítimas de violência doméstica, é uma co-responsabilidade de diversos órgãos para evitar que novos casos de feminicídio aconteçam. 

“A Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande expediu 63 mil medidas protetivas desde 2015. E as medidas protetivas salvam vidas. Então é muito importante que as mulheres vão lá. Nós estamos unindo todos os poderes do país para que a gente possa dar conta de garantir o atendimento com qualidade para que não aconteça mais esses fatos”, finalizou. 

O crime que matou Vanessa

Caio Nascimento, de 35 anos, matou Vanessa Ricarte com três facadas na região do tórax. A vítima foi à Deam solicitar medida protetiva contra o agressor, após conseguir escapar de uma situação de cárcere e privado. O agressor foi preso em flagrante pelo feminicídio.

Após ser encaminhada ao hospital, Vanessa não resistiu aos ferimentos e morreu pouco antes da meia noite de quarta (12).

Descaso no atendimento

Poucas horas antes de ser assassinada pelo ex-noivo, Caio Nascimento, Vanessa Ricarte compartilhou com uma pessoa próxima áudios que revelam como foi o atendimento dela ao pedir medida protetiva contra o agressor na Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher).

Nos áudios, Vanessa relatou que havia acabado de deixar a delegacia, onde solicitou medidas protetivas contra Caio, e disse entender o “porquê de não ter acontecido nada com o Caio”,

Ao tentar ter acesso às informações sobre o ex-noivo, foi informada que não poderiam passar nenhuma informação, pois isso “era sigiloso”. “Parece que tudo protege o cara, o agressor”, desabafou a vítima.

Denuncie

⚠️ Violência doméstica, seja psicológica, física ou verbal, é crime! Saiba como denunciar:

🚨Emergências: se a agressão estiver acontecendo, ligue no número 190 imediatamente;

🚨Denúncias: ligue para o número 180. O serviço de atendimento é sigiloso e oferece orientações para denúncias sobre violência contra mulheres. O telefonema pode ser feito em qualquer horário, todos os dias. Também é disponível um WhatsApp – (61) 9610-0180;

🚨Perigo: procure a delegacia mais próxima e acione a polícia, por meio do 190.

Em Mato Grosso do Sul, as denúncias de violência de gênero podem ser feitas de maneira on-line. Clique aqui e faça a denúncia.

Violência contra mulher é crime e não pode ser ignorada. Basta, denuncie!

Campanha BASTA
Logo da Campanha Basta, do Primeira Página. (Foto: Divulgação)
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