Um ganhador da Estrela de Bronze – condecoração militar das Forças Armadas dos Estados Unidos – que explodiu um Tesla Cybertruck do lado de fora do Trump International Hotel em Las Vegas escreveu sobre “queixas políticas”, conflitos armados em outros lugares e questões domésticas nos dias que antecederam seu suicídio, segundo disseram autoridades na sexta-feira.
Os escritos foram encontrados no celular de Matthew Alan Livelsberger, o motorista do veículo, disse a xerife Dori Koren, do Departamento de Polícia Metropolitana de Las Vegas, em uma entrevista coletiva.
Em seus escritos, o motorista do Cybertruck disse que o incidente não foi planejado como um “ataque terrorista”, mas sim como “um chamado para despertar”, de acordo com a polícia. Ele escreveu em uma carta recuperada pelos investigadores que “os americanos só prestam atenção a espetáculos e violência” e que “fogos de artifício e explosivos” eram a melhor maneira de transmitir seu ponto de vista.
Livelsberger escreveu que precisava “limpar” sua mente dos “irmãos que perdi” e se livrar do “fardo das vidas que tirei”. Ele disse que os EUA estavam “em estado terminal e caminhando para o colapso”. Ele também expressou apoio ao presidente eleito Donald Trump, Elon Musk e Robert F. Kennedy Jr.
O Cybertruck foi detonado do lado de fora de um Trump International Hotel em Las Vegas na quarta-feira. Livelsberger, de 37 anos, do Colorado, morreu no incidente e sete outros ficaram feridos. As autoridades disseram na sexta-feira que sua identidade foi confirmada por meio de tatuagens e DNA de parentes.
Spencer Evans, o agente especial encarregado da Divisão de Las Vegas do FBI, disse que o incidente parecia ser “um caso trágico de suicídio envolvendo um veterano de combate altamente condecorado que estava lutando contra o TEPT e outros problemas”.
O incidente de Las Vegas ocorreu na mesma manhã de um ataque mortal em Nova Orleans, no qual um motorista com histórico militar dos EUA lançou uma caminhonete alugada contra uma multidão que comemorava o Ano Novo na Bourbon Street, matando 14 pessoas.
Embora ambos os perpetradores tenham usado a mesma empresa para alugar seus veículos, analistas da polícia avaliaram que não há conexão entre os dois incidentes, disse uma fonte da polícia familiarizada com a última avaliação de inteligência à CNN.
Ambos os incidentes são investigações ativas em andamento, com o presidente Joe Biden recebendo atualizações regulares sobre eles, disse a Casa Branca na sexta-feira.
Evans disse que “outros problemas familiares ou queixas pessoais em sua própria vida podem ter sido fatores contribuintes” nas ações do homem em Las Vegas. “É evidente que o sujeito considerou, planejou e se preparou cuidadosamente para esse ato sozinho”, ele acrescentou.
Os investigadores disseram que ainda estavam analisando “muito conteúdo” relacionado ao caso, incluindo dois celulares e outras evidências.
Um Boina Verde do Exército dos EUA em serviço ativo, Livelsberger estava de licença de sua base na Alemanha no momento da explosão, disseram fontes à CNN. A explosão foi causada por uma combinação de fogos de artifício, tanques de gás e combustível de acampamento na caçamba do veículo detonados por um dispositivo controlado pelo motorista.
Em um “diário de atividades” ou “registro de vigilância” de 10 dias mantido em um de seus telefones – de 21 a 31 de dezembro – os investigadores disseram que Livelsberger registrou suas compras de armas de fogo, equipamentos de acampamento e outros itens.
Um membro da família e ex-colega do Exército descreveu Livelsberger como um veterano de combate altamente condecorado que amava seu país tanto quanto Trump.
“Quando o presidente Trump estava no cargo, [Livelsberger] comentava em sua página do Facebook sobre as coisas que o presidente Trump havia dito ou feito ou como ele estava ajudando os militares”, disse um membro da família que pediu para não ser identificado à CNN. “Matt tinha muito respeito pelo Sr. Trump – ele simplesmente amava o cara.”
(Norma Galeana e Josh Campbell, da CNN, contribuíram para esta reportagem)
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