O Ministério Público de Santa Catarina denunciou, nesta terça-feira (5), 18 integrantes de uma organização criminosa, responsáveis pelos atos de vandalismo registrados na região da Grande Florianópolis entre os dias 18 e 19 de outubro deste ano.
Segundo o MP, além da prisão por integrarem e promoverem organização criminosa, tráfico de drogas, porte ilegal de arma, incêndio e roubo, a denúncia solicita que os acusados também sejam condenados ao pagamento de indenização à sociedade no valor de R$ 1 milhão.
Até o momento, todos os denunciados estão presos preventivamente.
Conforme a ação do Ministério Público, os atos criminosos tiveram o objetivo de gerar tumulto após os suspeitos provocarem incêndios em veículos e bloquearem 21 pontos de vias públicas da Grande Florianópolis (SC), com barricadas e fogo em pneus.
O MP destaca que a intenção dos chefes da organização criminosa era desviar a atenção das forças de segurança que atuavam na região da comunidade do Papaquara, situada no bairro de Vargem Grande, no norte da capital.
A comunidade já foi alvo principal de duas invasões, por ser dominada por uma facção rival paulista, também responsável pela morte de um integrante da facção catarinense.
As investigações relacionadas aos atos continuam para identificar outros autores e integrantes da organização criminosa.
Guerra entre facções
Os atos criminosos começaram na madrugada do dia 18 de outubro, quando a polícia foi informada de que a facção criminosa catarinenese se preparava para invadir o território da comunidade Papaquara, onde atua a facção rival paulista.
Após a invasão, os criminosos fugiram em quatro veículos, nos quais dois foram encontrados em chamas e outro foi encontrado abandonado pela Polícia Militar no bairro Vargem do Bom Jesus, em Florianópolis (SC).
Em confronto com os criminosos, a Polícia Militar prendeu sete pessoas e cicno pistolas foram apreendidas. Além disso, duas balas perdidas chegaram a atingir um motorista de aplicativo.
No tarde do dia seguinte, houve uma nova tentativa de invasão por parte da facção na comunidade Papaquara, com o registro da tentativa de entrada de homens armados conduzindo dois veículos.
Carros foram incendiados e barricadas foram criadas com entulho e pneus em estradas nas cidades próximas da capital catarinense. Ao todo, foram registradas 21 ocorrências em vias públicas da Grande Florianópolis – duas em Palhoça, cinco em São José e 14 na capital -, o que paralisou o transporte público e impediu a população a acessar as áreas afetadas.
“A gente não dá nome de facção para não promovê-los. Porque eles são o lixo da sociedade. São facções criminosas, uma querendo tomar o lugar da outra”, afirmou o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), em entrevista coletiva sobre o caso.
*Sob supervisão de Bruno Laforé