Maria Divina Amaral da Silva, de 68 anos, morreu na madrugada da ultima quinta-feira (24), após passar quase cinco dias entubada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá, à espera de uma vaga em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
A família conseguiu uma liminar do Ministério Público para garantir a transferência urgente, mas a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) não cumpriu a decisão a tempo.
A luta pela vida de Maria Divina
Tudo começou na terça-feira (20), quando Maria Divina sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e foi levada às pressas para a UPA local. Como seu estado era gravíssimo, os médicos recomendaram internação imediata em UTI. No entanto, nenhum leito estava disponível no município nem em Cuiabá, obrigando a família a entrar na fila de espera do sistema estadual.
Enquanto isso, a saúde da idosa se deteriorava: ela sofreu duas paradas cardíacas, várias quedas de pressão e dependia de respiração artificial. Desesperados, os familiares buscaram ajuda jurídica e, na quarta-feira (22), obtiveram uma liminar da Justiça determinando que o Estado providenciasse a transferência imediatamente.
“Acreditamos que, com a decisão judicial, ela seria levada para um hospital com UTI ainda na quarta-feira. Mas nada foi feito. Passamos mais um dia inteiro vendo ela piorar, sem nenhum suporte adequado”, relata Valdemar Manoel, genro da vítima.
A transferência só aconteceu na madrugada de quinta-feira (24), quase 48 horas após a ordem judicial. Quando Maria Divina chegou ao hospital de destino, porém, já estava em estado terminal.
“Ela foi levada praticamente em óbito. Se tivessem cumprido a liminar no prazo, talvez ainda houvesse chance. Mas o Estado falhou conosco”, desabafa Valdemar.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso, mas até o momento não houve resposta.