Foram mais de duas décadas de espera por justiça. Cerca de 25 anos após perder o pai executado, a escrivã Gislayne Silva de Deus foi uma das responsáveis por prender o acusado pelo assassinato, nessa quarta-feira (25), em Boa Vista, capital de Roraima.
Gislayne participou da operação da Polícia Civil, que prendeu o homem, de 60 anos, foragido desde 2016.
Em entrevista ao g1, a escrivã falou sobre o sentimento: “A sensação que eu e a minha família temos hoje é de que a justiça foi feita e que a gente finalmente vai ter paz”.
O nome do assassino do pai de Gislayne é Raimundo Gomes. Conforme as informações da Polícia Civil de Roraima, o homem foi julgado e sentenciado, em 2013, pelo Tribunal do Júri, 14 anos depois do crime.
À época, Raimundo foi condenado a 12 anos de prisão pelo assassinato. O caso transitou em julgado (teve a tramitação concluída) no mesmo ano. Nesta quinta (26), o acusado passou por audiência de custódia e foi mantido preso.
Gislayne perdeu o pai aos 9 anos
A policial civil perdeu o pai quando tinha apenas 9 anos. O pai da escrivã, Givaldo José Vicente de Deus, morreu em 16 de fevereiro de 1999.
Givaldo estava em um bar quando foi assassinado com um tiro durante uma briga por uma dívida de R$ 150 que tinha com o agressor. Raimundo chegou a levar a vítima para o hospital, mas fugiu logo depois.
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Depois de perder o pai, Gislayne viu na vida de policial um sonho e a vontade de buscar justiça. Neste ano, a concurseira se tornou policial. Assim que ingressou na corporação, solicitou para ser lotada na delegacia que investiga homicídios, na capital de Roraima.
Assim que iniciou os trabalhos, reuniu informações sobre o assassino do pai, localizou o homem e identificou o último mandado de prisão expedido pela Justiça de Roraima.
“Isso não vai trazer nosso pai de volta, mas ele [o assassino] vai cumprir a pena que deveria ter cumprido há muitos anos”, declarou a escrivã ao g1.
O crime de homicídio prescreve após 20 anos, a partir da sentença condenatória, se a pena for maior que 12 anos. No caso de Raimundo, que teve a pena de 12 anos, a prescrição seria em 16 anos a contar da conclusão do julgamento, ou seja, em 2029 — faltavam cinco anos para que isso acontecesse.