Nanismo não impediu Washington de tirar sua CNH


A deficiência vai além do que é visível. Pessoas com nanismo são frequentemente invisibilizadas nas discussões sobre inclusão e respeito. Assim como outros grupos com deficiência, elas enfrentam desafios únicos e merecem ser tratadas com dignidade.

Washington Sousa, de 43 anos, natural de São Paulo, estabeleceu-se em Campo Grande há 12 anos. Seu diagnóstico de nanismo, que nunca foi conclusivo, aconteceu ainda na infância. O médico informou à sua mãe que ele tinha algum “problema”, que só foi identificado anos mais tarde.

“Ele disse à minha mãe que eu tinha os braços e as pernas tortas e que eu tinha algum problema, mas não soube especificar qual era minha condição. Naquela época, as informações eram muito limitadas, e com o passar do tempo, percebi que as outras crianças cresciam enquanto eu não,” relembra Washington.

Entretanto, essa incerteza nunca impediu Washington de perseguir seu maior sonho, obter a liberdade de dirigir. Desde criança, ele enfrentou diversos obstáculos por ser uma pessoa com nanismo, mas isso nunca o desmotivou.

Quando decidiu tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação), os desafios e as dúvidas surgiram rapidamente. Muitos acreditavam que isso seria um obstáculo, mas estavam enganados. Sua determinação em conquistar autonomia era forte.

Washington Sousa e família. (Foto: Arquivo Pessoal)

Mesmo sem a permissão, ele já dirigia, até perder o veículo em uma blitz. O que o fez rever a necessidade do documento.

“Perdi um carro em uma blitz e, após aquele ocorrido, disse a mim mesmo que precisava tirar a CNH,” conta ele.

Após várias tentativas frustradas no processo para obter a habilitação, Washington enfrentou dificuldades, especialmente nas aulas práticas. Depois de muito esforço, conseguiu um veículo adaptado.

Durante as aulas, ele provou que suas habilidades eram equivalentes às de qualquer coisa.

Ao ser questionado pelo Primeira Página sobre sua maior vitória, afirmou que o que realmente desejava era seu direito de ir e vir. 

“Queria ter minha liberdade, poder passear de carro. Já é difícil para uma pessoa com deficiência usar o transporte público, imagine para quem tem nanismo. Nos ônibus, sempre precisei de alguém para me ajudar, desde bater o cartão até puxar a cordinha de parada,” relata.

Com 1,37 metros, Washington demonstrou que as verdadeiras limitações existem apenas na mente. Hoje, casado com uma mulher de estatura considerada ‘normal’ e pai de uma filha, ele aproveita sua liberdade ao dirigir, provando que nada é impossível quando se tem determinação.

Nanismo

O nanismo é uma condição médica caracterizada por uma altura significativamente menor do que a média para a idade e o sexo de uma pessoa. Geralmente, é definido como uma altura adulta de 1,45 metros ou menos. Existem muitas causas para o nanismo, sendo as principais de origem genética ou relacionadas a problemas hormonais

Pessoas com nanismo são reconhecidas como pessoas com deficiência, conforme o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Essa classificação é fundamental para garantir seus direitos e reconhecimento social, especialmente para proteger crianças e adolescentes que frequentemente enfrentam preconceito.

No Brasil, homens adultos chegam a uma altura média de 1,45 metro, enquanto mulheres não alcançam 1,40 metro.





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