A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) informou nesta quarta-feira (25) que, até o momento, não há alterações significativas na qualidade de água do Rio Tocantins.
O informativo foi divulgado dias após a ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que ligava municípios do Tocantins e do Maranhão, desabar e deixar ao menos seis mortos e 11 desaparecidos.
Segundo a ANA, caminhões transportando pesticidas e outros compostos químicos caíram no rio. Por isso, a agência e outros órgãos de saúde e meio ambiente realizam avaliações sobre a qualidade da água.
Simulações
Para avaliar o potencial de risco para o abastecimento público de água após a queda dos caminhões com defensivos agrícolas, a ANA realizou uma simulação de diluição dos princípios ativos que estavam nas cargas.
Um dos cenários considerou que todas as bombonas de pesticida teriam se rompido simultaneamente no momento da queda. Nesse caso, o tempo de diluição dos compostos até atingir o valor máximo permitido na água seria de 11 horas a 60 horas.
Esse cenário, no entanto, é considerado pouco provável, já que as bombonas estavam acondicionadas em pallets envolvidos por microfilmes.
Além disso, segundo a ANA, dois dos pesticidas submersos têm classificação toxicológica na categoria 5, que corresponde a produto improvável de causar dano agudo a seres humanos. O outro pesticida tem classificação na categoria 4, correspondente a produto pouco tóxico.
“Essa simulação de diluição permite concluir que não há risco significativo de descumprimento dos parâmetros de potabilidade determinados pelo Ministério da Saúde para o abastecimento público de água”, informou a agência.
Ainda de acordo com a ANA, as primeiras análises realizadas no rio apontam que não houve alteração do pH e da condutividade elétrica na água, “o que indica não ter havido impactos sobre a qualidade em decorrência da carga de ácido sulfúrico que potencialmente teria atingido o rio”.
Avaliação
Segundo a ANA, foram coletadas amostras para análises laboratoriais em cinco pontos em um trecho de cerca de 135 quilômetros.
As amostras estão sendo realizadas com apoio da Companha Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), do Ministério do Meio Ambiente e da Embrapa. Materiais também foram enviados para a Agência Tocantinense de Saneamento (ATS) e pela empresa Engie, responsável pela operação de usinas hidrelétricas no Tocantins.
Além disso, de acordo com a ANA, técnicos do Serviço Geológico do Brasil (SGB) foram encaminhados à região para medir a vazão e determinar parâmetros básicos de qualidade de água.
Na quinta-feira (26), a sala de crise para acompanhamento dos impactos do desabamento realizará uma reunião. Além da ANA, devem participar representantes dos ministérios da Saúde, do Meio Ambiente e da Integração e do Desenvolvimento Regional, do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) de órgãos estaduais.