Netanyahu atacou o Hezbollah para demonstrar força e minimizar o 7 de outubro, diz especialista


O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está utilizando os recentes ataques contra o Hezbollah no Líbano como uma estratégia para demonstrar força e tentar minimizar as falhas de segurança ocorridas em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas realizou um ataque surpresa a Israel.

Esta é a análise do coordenador do Núcleo de Estudos Judaicos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Michel Gherman.

Segundo o especialista, Netanyahu tem demonstrado um impressionante nível de infiltração e informação sobre o Hezbollah, incluindo a explosão de pagers do grupo.

“O Netanyahu efetivamente tem demonstrado que o nível de infiltração e de informação que ele tem no Hezbollah é um negócio impressionante”, afirmou Gherman.

Tentativa de superação

Esta demonstração de força e capacidade de inteligência seria uma tentativa de Netanyahu de provar que superou os eventos de 7 de outubro.

“Essa é a intenção de Netanyahu, dizer, olha, aquele equívoco que aconteceu não vai acontecer de novo porque eu estou dentro do Hezbollah, eu estou conhecendo o que está acontecendo”, explicou o professor.

No entanto, Gherman ressalta que, apesar desses esforços, as ações de Netanyahu ainda não se traduziram em aumento significativo de intenção de votos.

As pesquisas mais recentes indicam apenas uma mudança de apoio da extrema direita para a direita, com Netanyahu ganhando votos anteriormente destinados a políticos mais radicais como Ben-Gvir.

Sobrevivência política

O especialista destaca que Netanyahu continua evitando a realização de novas eleições, apesar da situação econômica, social e política “terrível” em Israel.

“Não tem nenhuma perspectiva de paz, mas a coalizão de Netanyahu não cai. É um sobrevivente político”, observou Gherman.

A análise do professor da UFRJ sugere que, embora Netanyahu esteja enfrentando uma forte oposição e uma crise multifacetada, sua habilidade política tem permitido que ele se mantenha no poder, mesmo diante de desafios significativos e da falta de uma solução clara para os conflitos na região.

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