O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sinalizou nesta segunda-feira (28) disposição em aceitar um acordo liderado pelo Egito para um cessar-fogo de dois dias em Gaza, mas expressou dúvidas sobre a viabilidade da proposta.
“Se houvesse um acordo para um cessar-fogo de dois dias para a libertação de quatro reféns, eu aceitaria imediatamente”, declarou Netanyahu durante uma reunião de portas fechadas do partido Likud, segundo um membro político que estava presente.
De acordo com a proposta anunciada pelo Egito no domingo (27), o cessar-fogo facilitaria a troca de quatro reféns israelenses detidos em Gaza por prisioneiros palestinos em Israel.
O membro do partido Likud disse à CNN que Netanyahu insinuou que o Hamas não aceitaria a proposta. O Gabinete do primeiro-ministro israelense (PMO) não comentou sobre quando foi questionado pela CNN.
Um diplomata familiarizado com o assunto também afirmou à CNN que é muito improvável o Hamas aceitar a proposta.
Ao longo das últimas tentativas de negociações, o Hamas insistiu que qualquer proposta de cessar-fogo deve considerar o fim permanente da guerra em Gaza. A posição atual do Hamas – após o assassinato do líder Yahya Sinwar – não está clara.
Entenda o conflito na Faixa de Gaza
Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde o ano passado, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses. Além disso, o grupo radical mantém dezenas de reféns. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza.
Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.
A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças.
Após cerca de um ano do conflito, a população israelense saiu às ruas em protestos contra Netanyahu, acusando o premiê de falhar em fazer um acordo de cessar-fogo para os reféns sejam libertados.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto pelo Exército israelense no dia 16 de outubro, na cidade de Rafah.
Com informações da CNN e da Reuters