O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, voltou a elogiar o plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para realocar os palestinos da Faixa de Gaza, alegando ainda que, quando tiverem a oportunidade, essas pessoas sairão do território destruído pelos ataques israelenses.
“Eu acho que essa uma nova abordagem muito boa. E, em vez de descartá-la ou ridicularizá-la, eu acho que devemos persegui-la, porque acho que é a abordagem correta. Claro, precisa ter o destino, então, eles podem se realocar para algum lugar. Acho que esse é o verdadeiro problema envolvido”, comentou Netanyahu em entrevista à Fox News que foi ao ar no sábado (8).
“Mas, uma vez que você der a opção a eles [palestinos], eles sairão [de Gaza]. Sabe como sei disso? Porque eu recebi pedidos de Gaza de antes da guerra de pessoas que queriam sair. Mas estavam presas, porque o vizinho delas, o Egito, não abria a ‘porta””, alegou.
Donald Trump afirmou na semana passada, durante entrevista coletiva com Netanyahu, que os Estados Unidos poderiam controlar a Faixa de Gaza e reconstruir a área, que tem potencial para se tornar a “Riviera do Oriente Médio”, segundo o próprio presidente.
Assim, os palestinos teriam que ser realocados para países próximos, algo que as nações do Oriente Médio e outros líderes internacionais se mostraram contrários.
Sobre isso, o premiê israelense defendeu Trump na entrevista à Fox, ressaltando que ele é o “melhor amigo que Israel já teve”.
“Tudo o que o presidente Trump está dizendo é ‘eu vou abrir o portão [de Gaza] e dar a eles [palestinos] uma opção de se realocarem temporariamente enquanto reconstruímos o local fisicamente e enquanto também o reconstruirmos em termos de desradicalização’”, alegou Netanyahu.
Palestinos negam que sairão da Faixa de Gaza
A realocação de palestinos é uma das questões mais sensíveis no Oriente Médio. O deslocamento forçado ou coagido de uma população sob ocupação militar é um crime de guerra, proibido pelas Convenções de Genebra de 1949.
Os ataques israelenses que mataram dezenas de milhares de pessoas nos últimos 16 meses forçaram os palestinos a se deslocarem diversas vezes dentro de Gaza, em busca de segurança.
Mas muitos dizem que nunca deixarão o território, porque temem o deslocamento permanente, como na “Nakba”, ou catástrofe, quando centenas de milhares de pessoas foram tiradas de suas casas na guerra que deu origem ao Estado de Israel em 1948.
Muitos foram expulsos ou fugiram para Gaza, Cisjordânia e Estados árabes vizinhos, inclusive Jordânia, Síria e Líbano, onde seus descendentes ainda vivem em campos de refugiados. Israel contesta a versão de que eles foram forçados a sair.
Israel prepara plano para saída voluntária de palestinos
O ministro da Defesa de Israel ordenou ao Exército na quinta-feira (6) que prepare um plano para permitir a “saída voluntária” de moradores da Faixa de Gaza, depois do anúncio do plano de Trump
Israel Katz saudou a ideia sobre possivelmente reassentar os mais de 2 milhões de palestinos que vivem em Gaza e transformar o território na “Riviera do Oriente Médio”.
“Os residentes de Gaza devem ter a liberdade de sair e emigrar, como é a norma em todo o mundo”, comentou Katz no X.