Pelo menos 37 pessoas morreram nos ataques duplos a dispositivos sem fio no Líbano na terça (17) e quarta-feira (18), disse o Ministério da Saúde do país nesta quinta-feira (19).
O Líbano está se recuperando após enfrentar ataques mortais consecutivos contra membros do Hezbollah — com pagers explodindo simultaneamente em todo o país na terça-feira, e walkie-talkies detonando de forma semelhante na quarta-feira.
O ministro da defesa de Israel disse que uma “nova era” de guerra estava começando, reconhecendo tacitamente seu papel nos ataques de choque. “O centro de gravidade está se movendo para o norte”, disse Yoav Gallant, referindo-se à fronteira com o Líbano.
Como isso aconteceu?
O Hezbollah comprou os pagers que explodiram nos últimos meses, disse uma fonte de segurança libanesa à CNN. O New York Times relatou que Israel plantou explosivos ao lado da bateria em cada pager, bem como um interruptor para detonação remota, citando autoridades dos EUA e de outros países.
Quando a CNN tentou rastrear a origem dos pagers, encontrou uma cadeia de suprimentos que se estendia da Ásia à Europa.
Por que agora? Israel pode ter acreditado que o Hezbollah havia descoberto o risco dos pagers — tornando-o um momento de “use ou perca”, disse uma fonte israelense familiarizada com a segurança nacional.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu também pode ter desejado reforçar o apoio doméstico. Autoridades e moradores da região norte têm se tornado cada vez mais vocais sobre a necessidade de retornar para suas casas após serem evacuados devido a ataques transfronteiriços.
Na terça-feira, Israel tornou um objetivo de guerra devolver os moradores do norte de Israel para suas casas perto da fronteira.
O Hezbollah prometeu retaliação, alertando que Israel “definitivamente receberá uma punição justa por este ataque pecaminoso, tanto de maneiras esperadas quanto inesperadas”.
Já o Irã disse que responderá os ferimentos sofridos por seu embaixador no Líbano, Mojtaba Amani, tingido nos ataques.
E o chefe de direitos humanos da ONU condenou os ataques e pediu uma “investigação independente, completa e transparente”.