O que esperar da conversa de Lula com Colômbia e México


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve realizar uma videoconferência nesta segunda-feira (12) com os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, Andrés Manuel López Obrador, para discutir o processo eleitoral na Venezuela. A reunião está prevista para ocorrer ao fim da tarde, segundo fontes do Palácio do Planalto.

Esta será a segunda conversa entre os três líderes sobre o tema em menos de duas semanas. O primeiro encontro virtual aconteceu em 1º de agosto, quando os presidentes debateram inicialmente a situação eleitoral venezuelana.

Papel de interlocução

Brasil, Colômbia e México têm buscado se posicionar como interlocutores do regime de Nicolás Maduro e da oposição venezuelana. Na reunião desta segunda, os líderes devem avaliar o panorama atual do processo eleitoral e as negociações em andamento.

Está em discussão a possibilidade de os três presidentes realizarem conversas separadas com Maduro e com Edmundo González, candidato da oposição. Embora não haja uma data definida para esses encontros, fontes do governo brasileiro indicam que há um senso de urgência, considerando que a eleição na Venezuela ocorreu em 28 de julho.

Posicionamento cauteloso

O Brasil tem adotado uma postura cautelosa em relação ao reconhecimento dos resultados eleitorais. Diferentemente de alguns países que já reconheceram González como presidente eleito, o governo brasileiro tem evitado tomar partido, buscando manter-se como um mediador legítimo entre as partes.

Os três países reforçaram, em comunicados conjuntos, a necessidade da divulgação dos dados desagregados das urnas e defendem uma solução pacífica para a questão eleitoral na Venezuela.

O Itamaraty tem sido especialmente cuidadoso em suas declarações, evitando rechaçar determinadas situações e mantendo a cobrança por transparência no processo.

A situação se complica com o endurecimento da posição do regime Maduro, evidenciado pela recente declaração da Suprema Corte venezuelana, controlada pelo chavismo, de que sua decisão sobre a auditoria eleitoral será irrecorrível. Este cenário coloca o Brasil em uma posição delicada, testando sua capacidade de manter-se como um interlocutor imparcial.

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