De filhote assustado a explorador da floresta: a trajetória de Xamã, o primeiro macho de onça-pintada reintroduzido na Amazônia, emociona e inspira. Desde outubro de 2024, quando foi solto na natureza após um longo processo de reabilitação, ele já percorreu cerca de 13 mil quilômetros em seu novo lar.
Xamã foi encontrado em 2022, ainda filhote, sozinho e assustado, após ser avistado por cães em uma propriedade na região de Sinop, no Mato Grosso. Sem sinais da mãe por perto, o pequeno foi resgatado e acolhido pelo projeto Onçafari, que iniciou um cuidadoso processo de reabilitação.
Em janeiro de 2023, ele foi levado ao recinto do Onçafari no Pará, onde, ao longo de quase dois anos, reaprendeu a ser uma onça selvagem: mantendo instintos, evitando contato humano e se adaptando ao habitat natural. Em outubro de 2024, finalmente ganhou sua liberdade.
Equipado com um colar GPS, Xamã tem sido monitorado desde então, fornecendo dados preciosos para a ciência. Um detalhe curioso observado pelos pesquisadores: ele evita ao máximo áreas abertas e plantações, preferindo se deslocar apenas por mata fechada — comportamento típico de uma onça com fortes instintos de sobrevivência.
Seu retorno à natureza não só simboliza o sucesso de um trabalho minucioso de conservação, como também ajuda a ciência a entender melhor os hábitos da espécie, contribuindo diretamente para a proteção das onças-pintadas no Brasil.
O Onçafari é uma iniciativa brasileira de conservação da biodiversidade que teve papel fundamental na história de Xamã. Foi a equipe do projeto que resgatou o filhote de onça-pintada em 2022, após ele ser encontrado sozinho e assustado em uma propriedade rural em Sinop.
Desde então, o Onçafari acompanhou cada etapa do seu processo de recuperação: da reabilitação em cativeiro, passando pelo reaprendizado de comportamentos naturais, até sua reintrodução bem-sucedida na Floresta Amazônica. Atuando em diferentes biomas do Brasil, o projeto é referência na proteção de grandes felinos, unindo ciência, monitoramento e educação para garantir a sobrevivência das espécies e a preservação dos seus habitats.
A história é tão inspiradora que virou até documentário — e continua sendo escrita a cada passo que Xamã dá na floresta.