Há 9 anos, o adolescente Rodrigo Lapa, de 15 anos, foi encontrado morto com marcas de estrangulamento em um terreno próximo à casa onde morava com a mãe e o padrasto, em Portugal. O corpo foi encontrado 10 dias depois de ele ter sido dado como desaparecido.
O principal suspeito, seu padrasto, Joaquim Lara Pinto, continua livre desde que fugiu do país europeu. Até hoje, não há nenhum mandado de prisão contra ele.
Joaquim deixou Portugal e seguiu para Cuiabá, capital de Mato Grosso, ainda enquanto Rodrigo estava desaparecido, supostamente para fugir da acusação de homicídio.
Caso Rodrigo Lapa
Rodrigo Lapa foi morto em 2016 e o crime foi inicialmente investigado pelas autoridades portuguesas. No entanto, como o suspeito está no Brasil — país que não extradita seus cidadãos —, o caso foi encaminhado à Justiça brasileira.
Em setembro de 2017, uma equipe da Polícia Federal, acompanhada por dois policiais portugueses, cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa onde Joaquim estava morando, em Cuiabá. Durante a operação, os agentes encontraram um celular que pertenceria a Rodrigo.
Além disso, a defesa do adolescente afirma ter tido acesso a um laudo que identificou material genético de Joaquim em luvas de látex encontradas próximo ao corpo da vítima. O resultado foi anexado ao inquérito como prova de sua possível participação no crime.

Luta por justiça
Nas redes sociais, familiares e amigos de Rodrigo Lapa mantêm viva a história do caso por meio da página no Facebook “Juntos pelo Rodrigo Lapa e por todas as Crianças”, que reúne mais de 37 mil seguidores.
“Estou indignado com a injustiça que persiste após nove longos anos. É revoltante ver que a justiça ainda não foi feita. Não podemos nos calar diante dessa situação. Juntos, vamos levantar nossas vozes e lutar por um desfecho digno. Precisamos buscar respostas e exigir que os responsáveis sejam responsabilizados”, diz uma publicação feita em fevereiro deste ano.
9 anos sem solução
Segundo o advogado português Pedro Proença, que representa a família, Joaquim Lara Pinto foi chamado para prestar depoimento em 2018. No entanto, a defesa do suspeito apresentou um laudo médico alegando que ele estava impossibilitado de depor devido a problemas de saúde mental.
“Desde então, nunca mais tivemos notícias”, ressaltou Pedro Proença.
Em 2020, o advogado enviou uma carta ao então presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, solicitando que a Justiça brasileira desse início ao julgamento do suspeito. No entanto, o pedido não foi respondido.
No documento, Proença pedia urgência no andamento do caso. Na época, Joaquim ainda morava em Cuiabá. A reportagem não localizou a defesa de Joaquim.
“Os meses passaram e, até hoje, a Justiça brasileira segue sem dar uma resposta ao processo. Todas as nossas tentativas de obter informações esbarram na alegação de que o caso está sob segredo de justiça”, dizia um trecho da carta enviada em 2017.
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