O padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior, de Mato Grosso, foi apontado pela PF (Polícia Federal) como um dos envolvidos em articulações ideológicas e políticas ligadas aos atos golpistas que culminaram em ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Segundo o relatório enviado à PGR (Procuradoria-Geral da República), o padre utilizou sua influência religiosa e política para sustentar as manifestações antidemocráticas.
O relatório revela que Paulo Ricardo foi mencionado em trocas de mensagens e e-mails envolvendo figuras como José Eduardo de Oliveira e Silva, secretário do bispo José Eduardo de Oliveira e Castro, e Filipe Martins, ex-assessor especial de Jair Bolsonaro para Assuntos Internacionais.
Em um e-mail enviado em dezembro de 2022, José Eduardo solicitou um encontro direto com Bolsonaro, citando o padre como aliado no movimento pró-vida. A mensagem destacava o desejo de “conversa privada com o presidente para sugerir iniciativas que podem ser tomadas imediatamente pelo Poder Executivo”.
Além disso, o documento da PF cita mensagens trocadas entre o número de telefone vinculado a Paulo Ricardo e outros contatos estratégicos.
Em um dos diálogos, o padre José Eduardo de Oliveira e Silva reafirma sua ligação com Filipe Martins, reforçando seu alinhamento ideológico e a busca por apoio logístico e jurídico às manifestações.
Os detalhes revelam um esforço articulado para mobilizar não apenas caminhoneiros e lideranças políticas, mas também líderes religiosos, visando reforçar a narrativa de legitimidade dos atos. Até o momento, a investigação aponta o indiciamento de 37 pessoas por participação direta nos atos golpistas.
O padre Paulo Ricardo, conhecido por suas posições conservadoras, segue sendo investigado por sua eventual participação nos bastidores do movimento.
O Primeira Página tenta localizar a defesa dos citados na reportagem.
Atos golpistas
Em 8 de janeiro de 2023, um grupo de bolsonarista invadiu a Praça dos Três Poderes e atacou as sedes do Legislativo, Executivo e Judiciário nacional para derrubar o governo eleito.
Os participantes do ato antidemocrático estavam com pedaços de paus e pedras e ainda entraram em confronto com a Polícia Militar, que tenta conter a situação no local.
Durante o confronto entre os bolsonaristas e a polícia, spray de pimenta e bombas de efeito moral foram usados contra os participantes, que invadiram a área de contenção que cercava o Congresso.
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