O padre Júlio Lancelotti, conhecido nacionalmente por seu trabalho com pessoas em situação de rua, manifestou-se nesta sexta-feira (17) sobre a declaração do prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini, que anunciou o fim da distribuição de marmitas para moradores em vulnerabilidade social.
O religioso compartilhou um trecho do vídeo em que o prefeito detalha sua posição, acompanhado de uma legenda crítica: “Triste compreensão da realidade”.
O pronunciamento de Abilio Brunini aconteceu durante uma vistoria em áreas ocupadas por moradores em situação de rua, como a Rotatória do Alvorada e o Beco do Candeeiro.
Na ocasião, o prefeito justificou a decisão como parte de uma estratégia para desestimular a permanência das pessoas nas ruas. Segundo ele, a distribuição de marmitas contribui para a manutenção de condições insalubres e para a falta de integração dessas pessoas em programas sociais estruturados.
A fala do prefeito
No vídeo compartilhado por Lancelotti, o prefeito afirma:
“Não quero mais continuar com esse programa de entregar marmitas nas ruas, não quero nem que a sociedade faça isso. Quero orientar as entidades religiosas, associações, a não entregar marmitas nas ruas. Vamos estabelecer um local de refeição, um restaurante popular, onde essas pessoas terão acesso a assistência social e cuidados de saúde, incentivando-as a saírem das ruas.”
Brunini também defendeu que a decisão visa combater a sujeira e a insalubridade nos espaços públicos, além de reduzir a vulnerabilidade dos moradores de rua ao tráfico de drogas.
A frase destacada, “Triste compreensão da realidade”, aponta para a desconexão entre a política proposta e as necessidades imediatas de quem vive nas ruas.
O religioso já se posicionou outras vezes contra políticas que priorizam a retirada de pessoas das ruas sem oferecer soluções efetivas de longo prazo.
O prefeito afirmou que a suspensão da distribuição de marmitas nas ruas é parte de uma reestruturação do atendimento às pessoas em situação de rua. O plano inclui a criação de um restaurante popular, com acompanhamento social e psicológico, além de programas para reintegrar essas pessoas às suas famílias ou comunidades de origem.
“Não estamos incentivando a permanência nas ruas, mas oferecendo uma alternativa digna para que essas pessoas possam sair dessa condição e recuperar suas vidas”, declarou Abilio Brunini.
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