Nesta terça-feira (5), o Papa Francisco saiu do Vaticano e fez uma rara visita domiciliar a Emma Bonino, uma política veterana muito conhecida na Itália por sua campanha bem-sucedida na década de 1970 para legalizar o aborto.
O líder da Igreja Católica, com cerca 1,4 bilhão de fiéis, frequentemente expressa uma oposição feroz ao aborto. Ele já disse que fazer um aborto é “assassinato” e que equivale a “contratar um assassino”.
Apesar disso, o Papa também estabeleceu relações com várias figuras italianas anticlericais.
No mês passado, Bonino, de 76 anos, teve alta do hospital após sofrer de problemas respiratórios e cardíacos. Em 2023, ela disse que havia se recuperado de uma batalha de oito anos contra o câncer de pulmão.
O pontífice, que tem 87 anos vem enfrentando problemas de saúde ocasionais, foi visto parando em seu apartamento no centro de Roma depois de uma visita à Pontifícia Universidade Gregoriana.
A assessoria de imprensa do Vaticano confirmou a visita do papa, mas disse que não forneceria mais detalhes. Bonino também não fez comentários sobra a visita.
Bonino foi originalmente eleita para o parlamento italiano em 1976 como membro do Partido Radical, antiestablishment, que impulsionou a aprovação de uma lei para legalizar o aborto em 1978, posteriormente confirmada por um referendo nacional em 1981.
No início de seu papado de 11 anos, Francisco era conhecido por se encontrar regularmente com Eugenio Scalfari, um ateu declarado que fundou o jornal de centro-esquerda La Repubblica e foi legislador socialista por um mandato. Ele morreu em 2022.
Ao sair da casa de Bonino, um jornalista do La Repubblica perguntou ao Papa como a política estava.
“Muito bem”, respondeu ele, de acordo com um vídeo publicado pela mídia italiana.