O senador de Delaware Chris Coons, que foi um dos coordenadores das campanhas de Joe Biden e Kamala Harris em 2024, disse à CNN na quarta-feira (6) que estava preparado para defender seu amigo de qualquer acusação democrata.
“O governo Biden fez muito, como vocês me ouviram dizer com grande frequência. Eu realmente acho que o partido tem uma autorreflexão a fazer”, disse Coons.
Depois de listar políticas que ele disse serem amplamente populares e pelas quais o governo Biden deveria ser creditado — incluindo a redução dos preços de medicamentos prescritos e o investimento em projetos de infraestrutura — o senador lamentou.
“Mas (os eleitores) não reconhecem que foi isso que ele fez. Então, precisamos pensar em como comunicar isso”, completou.
Mas se assessores e aliados do presidente estão ansiosos para defender publicamente Biden e seu trabalho, a frustração está fervilhando no Partido Democrata sobre sua decisão de concorrer a um segundo mandato — apesar de sua promessa inicial de ser um candidato de “transição” e “ponte”.
Alguns democratas citam à CNN a ausência das primárias democratas como justificativa para a derrota: se ele tivesse se afastado, o partido teria tido a chance de realizar uma disputa primária e indicar seu candidato mais forte — independentemente de ter sido Kamala Harris ou não.
“Ele deveria ter se afastado antes”, disse um ex-funcionário do governo Biden, antes de acrescentar: “Só não sei se isso teria feito diferença”.
Outros altos funcionários democratas até apontaram o dedo para estrelas em ascensão dentro do partido — como o governador da Califórnia, Gavin Newsom, ou a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer — por não lançarem uma candidatura primária para competir contra Biden.
Candidaturas concorrentes teriam forçado Biden a entrar no palco do debate meses antes, argumentam essas autoridades, o que teria exposto as limitações da idade de Biden e daria mais tempo para desenvolver um plano alternativo.
Um alto funcionário da campanha de Kamala Harris, que disse não acreditar que um processo competitivo nas primárias democratas colocaria ela no topo da chapa neste ciclo, disse à CNN que eles culparam o próprio ego de Biden — e todos os seus principais assessores que rejeitaram qualquer sugestão dos democratas de que o partido precisava de uma nova liderança.
“A falta de um processo competitivo para um substituto; o fato de ele não ter permitido que isso acontecesse — as pessoas ainda estão irritadas com a rejeição que receberam por terem falado sobre isso antes”, disse a autoridade.
* Essa reportagem contou com a colaboração de Kayla Tausche, da CNN.
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