A justiça de Campo Grande decretou a liberdade do presidente afastado da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), Francisco Cezário de Oliveira. A decisão veio logo depois que o idoso de 78 anos precisou ser levado para o hospital com um quadro de desidratação.
Cezário estava preso desde o dia 28 de agosto no Presídio Militar de Campo Grande.
Na quinta-feira (12) se sentiu mal e foi levado para o hospital. A defesa imediatamente entrou com o pedido de revogação da prisão. A resposta da justiça veio na sexta-feira (13).
O alvará de justiça foi expedido, mas não foi entregue no presídio a tempo de liberar o ex-presidente da FFMS no mesmo dia, por isso, a defesa recorreu a justiça mais uma vez. Neste sábado (14) uma ordem de soltura de urgência foi enviada para o oficial de justiça plantonista e Cezário deixou a cadeia por volta das 16h30.
“O juiz responsável pelo caso deferiu a revogação de sua prisão preventiva, determinando sua soltura sob as mesmas condições das medidas cautelares, incluindo monitoramento eletrônico. No entanto, a ordem judicial não foi cumprida a tempo, pois o alvará de soltura foi assinado após o expediente do setor do Presídio Militar responsável pelo recebimento de tais ordens”, explicou o advogado Júlio César Marques
Tornozeleira dentro do presídio
Para permanecer em liberdade, Cezário terá que usar tornozeleira eletrônica.
Ele usa o equipamento desde que deixou a prisão pela primeira vez, em junho. Segundo o advogado Júlio César Marques, a tornozeleira do ex-presidente da federação não foi retirado e ele foi “monitorado” mesmo dentro a prisão.
Prisões
A primeira prisão de Caezário foi em maio. Ele foi personagem principal da operação “Cartão Vermelho” do Gaeco (Grupo de Atuação Especial De Repressão ao Crime Organizado). Na época foi preso em casa, mas ganhou a liberdade no mês seguinte, logo após sofrer um infarto.
Para ele acompanhar o processo de casa, várias restrições foram impostas pela justiça; uma delas a de não exercer qualquer função no âmbito da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. Segundo o Ministério Público de Mato Grosso do Sul, foi exatamente essa “regra” que Cezário desrespeitou; nos bastidores, ele influenciava nas decisões da entidade.
Na ocasião, o Gaeco apontou que o ex-dirigente tinha viajado e se reunido com pessoas ligadas à Federação.
Por causa disso, voltou para a prisão no dia 28 de agosto.
A defesa nega e alega que nenhuma das pessoas que estiveram com o presidente afastado neste tempo eram ligadas a FFMS.
As investigações da operação Cartão Vermelho revelaram um esquema de corrupção dentro da FFMS, com mais de R$ 6 milhões desviados pela organização criminosa liderada por Cezário.