O grupo de Pesquisa CO.BRA (Computational Bioacoustics Research Unit ou Unidade) tem utilizado tecnologias para estudar os jacarés do Pantanal. Equipamentos como gravadores acústicos passivos, armadilhas fotográficas e drones estão sendo utilizados.
Dados sobre os padrões comportamentais desses animais e os impactos das mudanças climáticas sobre estes organismos serão levantados sobre a espécie que sofre com as secas prolongadas e incêndios florestais no bioma.
O grupo foi criado no âmbito do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas da Universidade Federal de Mato Grosso (INAU/CNPq/UFMT).
Segundo explica a coordenadora de Pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisa do Pantanal (INPP), a professora Marinez Isaac Marques, o monitoramento da espécie exige abordagens inovadoras.
Os métodos tradicionais, como contagens visuais e captura, enfrentam desafios no Pantanal, devido à extensão e dificuldade de acesso a muitas áreas.
Para superar essas limitações, o grupo de pesquisa tem adotado a bioacústica e o drone.
“A bioacústica está sendo utilizada como ferramenta para descrever os diferentes tipos de vocalizações e padrões de atividade vocal da espécie. No caso do drone, utilizamos as imagens para contar a quantidade de indivíduos, monitorar a dinâmica de ocupação de baías nas diferentes estações do ano e avaliar a estrutura etária da população”, disse.
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Confira abaixo relatos dos pesquisadores sobre as tecnologias têm auxiliado no monitoramento.
As pesquisas conduzidas pelo CO.BRA contam com a infraestrutura da Base Avançada de Pesquisa do Pantanal (BAPP), gerida pela Pró-Reitoria de Pesquisa da UFMT (Propesq).
Jacaré do Pantanal
O jacaré-do-pantanal (Caiman yacare) é uma espécie dos ambientes aquáticos do bioma.
Atualmente, a espécie enfrenta ameaças crescentes devido às alterações climáticas e às atividades humanas.
A população, antes estimada em mais de 10 milhões de indivíduos, vem sofrendo devido às secas prolongadas e incêndios florestais no Pantanal.
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