Após a Polícia Militar do Rio de Janeiro afirmar que os agentes envolvidos na abordagem a um grupo de jovens negros, filhos de diplomatas, usavam câmeras corporais, e que as imagens estariam disponíveis para investigações e apurações futuras, um dos agentes negou a informação em depoimento. O caso aconteceu no início do mês.
O 3° sargento Sérgio Regattieri Fernandes Marinho, que falou pela primeira vez no inquérito que investiga a conduta dos militares, disse que estava sem o equipamento.
Ele foi ouvido por pouco mais de duas horas na Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat). O agente estava acompanhado de um oficial da PM e também da Corregedoria da Polícia Militar.
Um dos protocolos a serem seguidos por todos os policiais militares do estado é o do uso obrigatório das câmeras corporais. A não utilização do equipamento é considerada falta grave pela corporação.
As imagens das câmeras são fundamentais no processo de investigação e ajudariam a Polícia Civil a apurar os fatos e a entender a dinâmica da abordagem policial que está sendo denunciada pela família de alguns dos jovens como racista e truculenta.
A delegada Danielle Bullus, que investiga o caso, solicitou as imagens para a Polícia Militar, mas até quinta-feira (11), a solicitação ainda não tinha sido atendida.
Questionada pela CNN, a Secretaria de Estado da Polícia Militar do Rio de Janeiro (SEPM) informou em nota que a investigação segue em andamento e que a Corregedoria da Corporação instaurou um procedimento apuratório para investigar o caso.
A Polícia Militar informou ainda que “cabe ressaltar que a SEPM não compactua com desvios por parte de seus entes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos. A Polícia Militar segue colaborando integralmente com a investigação realizada pela Polícia Civil”.
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