Polícia diz que farmácia e distribuidora de bebidas lavavam dinheiro para pastor

O pastor Ulisses Batista, conhecido como "Veio Ulisses", líder reliogioso de uma igreja, do Pedra 90, em Cuiabá. (Foto: Redes sociais)


Uma rede criminosa, liderada por Ulisses Batista, que atuava como pastor no Bairro Pedra 90, em Cuiabá, chegava a vender 1,5 milhão de galões de água mineral por mês mediante extorsão de comerciantes, que eram obrigados a comprar deles. As investigações revelaram a existência de empresas usadas por uma facção criminosa para lavar o dinheiro.

O pastor Ulisses Batista, conhecido como “Veio Ulisses” (Foto: Redes sociais)

No centro da trama, empresas de fachada, registradas em nome de “laranjas”, eram utilizadas para ocultar os lucros obtidos através de extorsões a comerciantes locais, com o objetivo final de remeter os valores para o grupo criminoso no Rio de Janeiro.

As evidências apontam para a existência de uma distribuidora de bebidas e uma drogaria, cujos proprietários registrados levantam suspeitas de serem “testas de ferro” da organização criminosa.

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Um funcionário de supermercado e uma mulher beneficiária de auxílio governamental figuram como os supostos donos, cujas condições financeiras não condizem com as vultosas transações identificadas.

As transações financeiras identificadas são alarmantes. Em um único repasse, a drogaria transferiu R$ 234 mil para a conta do pastor, enquanto a distribuidora de bebidas enviou R$ 102.128,00.

As empresas, com capital social declarado de até R$ 800 mil, demonstram uma estrutura financeira robusta, contrastando com a situação de vulnerabilidade dos seus proprietários registrados.

As diligências policiais confirmaram a inexistência de um estabelecimento físico no endereço da drogaria, reforçando a suspeita de uso do CNPJ para atividades ilícitas.

coletiva falso profeta
Operação Falso Profeta mira em pastor ligado a facção criminosa que extorquia comerciantes em Cuiabá e Várzea Grande. (Foto: Nathália Okde)

Entenda o caso

A Operação Falso Profeta, deflagrada na última quinta-feira (20), revelou que o esquema era liderado por um pastor foragido, identificado como U.B.S., que atuava em uma igreja no bairro Pedra 90, em Cuiabá.

As investigações indicam que o religioso recebia grandes somas de dinheiro das empresas de fachada, repassando-as posteriormente para membros da facção, incluindo um indivíduo residente em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.

A Operação Falso Profeta busca desarticular completamente o esquema de extorsão e lavagem de dinheiro, revelando a audácia e a complexidade das operações da facção criminosa.

O pastor permanece foragido, enquanto as investigações prosseguem para identificar todos os envolvidos e desmantelar a rede criminosa.



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