Cerca de 400 policiais civis e peritos criminais realizaram um protesto na manhã desta quinta-feira (29) em frente à Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande. A categoria pede aumento salarial.
A partir das 8h, o grupo começou a se organizar no local. Todos pedem que os deputados convençam o Governo do Estado a conceder o aumento de salário de 30% e a definição de um cronograma de reajuste até atingir esse índice.
Atualmente, um policial civil com nível superior no início de carreira em Mato Grosso do Sul recebe um salário bruto de R$ 5.760. Líquido, esse valor é de R$ 3.967.
Conforme o Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de MS), em 2016, o governo prometeu melhorar os vencimentos, mas a promessa não foi cumprida.
-
Rede Fácil de shopping em Campo Grande fecha por 10 dias para reforma
-
População de MS chega a 2,901 milhões; veja habitantes por município
Ainda segundo o sindicato, a Polícia Civil de MS é uma das melhores do Brasil, com base em dados da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), destacando-se no esclarecimento de homicídios, estupros, roubos, furtos a bancos e sequestros. No entanto, está em 21º lugar no ranking salarial do país.
Mesmo demonstrando eficiência, os policiais, de acordo com o Sinpol, não são valorizados quando o assunto é salário.
“Já que não recebemos os extras, nada mais é do que trabalhar fazendo nossas atribuições. Hoje, fazemos a mais: trabalhamos fora do horário, fazemos serviço de delegado. Não faremos mais. O PC, investigador, escrivão e papiloscopistas estão fazendo suas atribuições e nada mais”.
Alexandre Barbosa, presidente do Sinpol.
Esta semana, o Sinpol iniciou o movimento “Cumpra-se a Lei” para orientar os servidores sobre direitos e deveres no exercício da profissão, ou seja, para que os policiais atuem de acordo com a legislação.
O movimento prevê, entre outras ações, que não haja excesso da jornada de trabalho e que os policiais não fiquem mais de sobreaviso, comparecendo a locais de crime somente na presença de um delegado.
Os deputados governistas afirmam que o protesto é uma forma dos policiais civis pressionarem o governo.
O presidente da Alems, Gerson Claro (PP), recebeu um ofício dos servidores pedindo a criação de uma comissão de intermediação para tratar das negociações dos policiais civis e peritos com o governo.
“Nós recebemos com tranquilidade as reivindicações, debatemos, ouvimos a equipe do governo e a equipe técnica, porque o governo trabalha com orçamento. O pedido do sindicato é que formemos uma comissão para tratar de algumas questões. Já foram votadas algumas coisas de interesse da categoria, tivemos votação de paridade, de integralidade; e agora há uma discussão pactuada com o governo, que deve enviar propostas de integralização que beneficiem o número. Mas os policiais reivindicam outros avanços que são legítimos, e a Assembleia, certamente com anuência dos líderes, formará essa comissão e iniciará as tratativas”, afirmou Gerson Claro (PP), presidente da Alems.