A prefeitura de São Paulo pode romper os contratos com as empresas de ônibus Transwolff e UPBus, suspeitas de ligação com o PCC, indicou o prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Em agosto, a prefeitura contratou uma organização sem fins lucrativos para realizar uma auditoria externa nas companhias. Após a auditoria, que apontou inconsistências na gestão e incapacidade financeira das empresas, a prefeitura notificou as duas empresas, que terão 15 dias para apresentar defesa. A ação foi tomada no último dia 31 de outubro.
Caso as justificativas não sejam consideradas satisfatórias, a prefeitura iniciará o processo de licitação para escolher novas empresas para operar as linhas.
Em coletiva concedida nesta quinta-feira (7), o prefeito Ricardo Nunes não citou que as empresas teriam ligação com o PCC, mas assegurou que, mesmo com a investigação e possível rompimento dos contratos com as empresas de ônibus Transwolff e UPBus, os serviços de transporte público serão mantidos e os pagamentos aos funcionários e fornecedores dessas empresas estarão garantidos.
“A prefeitura não vai permitir que uma empresa sem condições financeiras continue operando e colocando em risco o pagamento de seus funcionários e fornecedores, não haverá nenhum funcionário sem pagamento de salário”, afirmou Nunes.
Entenda o caso
Uma operação deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), em abril desse ano, teve como alvo as empresas Transwolff e na UPBus, que operam linhas municipais de São Paulo, apontadas como intermediárias para lavagem de dinheiro proveniente do crime organizado do PCC.
De acordo com a investigação do MPSP, as empresas, que transportam diariamente mais de 700 mil passageiros na capital paulista, são ligadas à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e utilizadas para lavar dinheiro obtido com diversos crimes, como tráfico de drogas e roubos.
Ambas as empresas teriam recebido mais de R$ 800 milhões dos cofres públicos somente no ano passado. A TW, com frota de mais de 1.200 veículos, é responsável por operar 90 linhas de transporte no extremo sul de São Paulo. Já a UpBus opera 13 linhas na região da zona leste da capital.
A Operação Fim da Linha, cumpriu quatro mandados de prisão preventiva e 52 de busca e apreensão na capital paulista e em outras cidades da região metropolitana e do interior de SP.
Os dois dirigentes da Transwolff, tiveram liberdade concedida pela Justiça de São Paulo em junho, Luiz Carlos Efigênio Pacheco e Robson Flares Lopes foram acusados de fazer parte de um esquema em que a Transwolff recebia dinheiro do PCC para disputar licitações da Prefeitura de São Paulo, e assim lavar o dinheiro obtido por meio do tráfico de drogas e roubos.
A CNN procurou a Transwolff e UPBus, mas até o momento não obteve retorno.
*Sob supervisão de Bruno Laforé