Mato Grosso do Sul registrou o primeiro caso de Febre Oropouche com origem no próprio estado. A SES (Secretaria de Estado de Saúde), por meio da Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica, confirmou nesta quarta-feira (14) que o caso foi registrado em abril.
O paciente é um homem de 52 anos que reside em Itaporã, município 232,6 km de Campo Grande, e já está recuperado da doença.
De acordo com a SES, o indivíduo procurou uma unidade de saúde no dia 4 de abril, relatando sintomas de cefaléia (dor de cabeça) e mialgia (dor muscular).
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A amostra de sangue foi coletada no dia 5 do mesmo mês e enviada ao Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública), sendo o resultado negativo para ZDC (Dengue, Zika e Chikungunya).
No dia 21 de julho, a amostra coletada foi submetida a estratégia de detecção guarda-chuva, tendo resultado positivo para a arbovirose Oropouche.
Logo após a confirmação, a Vigilância Municipal realizou uma busca de mais informações a respeito do caso, como: histórico de viagem, se adentrou em área de mata ou recebeu visitas de pessoas que tenham viajado.
Depois da investigação finalizada e com todas as respostas negativas para os questionamentos, fechou-se o relatório com o apontamento de transmissão autóctone, ou seja, com origem em MS.
No dia 12 de junho de 2024, a SES confirmou o primeiro caso histórico da Febre Oropouche em Mato Grosso do Sul.
Neste primeiro episódio, após investigação da Vigilância Municipal, foi constatado que a vítima contraiu a doença na Bahia, pois começou a sentir os sintomas ao retornar de viagem feita ao estado nordestino.
No Brasil tem sido observado um grande aumento do número de casos de Febre Oropouche. De acordo com o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, já são 7.653 casos em 2024 com dois óbitos relacionados a Oropouche.
O que é Febre Oropouche?
De acordo com o Ministério da Saúde, o Oropouche é uma doença causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes).
A doença foi isolada pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir de amostra de sangue de uma bicho-preguiça capturada durante a construção da rodovia Belém-Brasília.
Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no Brasil, principalmente nos estados da região Amazônica.
Sintomas
Os sintomas da Febre do Oropouche são parecidos com os da dengue, zika e da chikungunya:
Como ocorre a contaminação?
A transmissão da Febre Oropouche é feita principalmente por vetores, normalmente mosquitos. Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do vetor por alguns dias. Quando esse pica outra pessoa saudável, pode transmitir o vírus para ela.
Como evitar ser contaminado?
- Evitar o contato com áreas de ocorrência e/ou minimizar a exposição às picadas dos vetores;
- Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplique repelente nas áreas expostas da pele;
- Limpeza de terrenos e de locais de criação de animais;
- Recolhimento de folhas e frutos que caem no solo;
- Uso de telas de malha fina em portas e janelas.
Não existe tratamento específico para a Febre Oropouche. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático, hidratação e acompanhamento da rede de saúde.
Em caso de sintomas suspeitos, procure ajuda médica imediatamente e informe sobre sua exposição potencial à doença.