As doações para a campanha de Kamala Harris, provável candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos, atingiram a impressionante marca de US$ 310 milhões em julho, mais que o dobro do valor arrecadado por Donald Trump no mesmo período.
O cientista político e professor Leandro Consentino, em entrevista ao Bastidores CNN, explicou a importância dessas doações e os desafios que a campanha de Harris enfrentará para manter os doadores mobilizados.
Consentino destacou que nos Estados Unidos, o peso dos recursos financeiros nas campanhas eleitorais é significativo.
“Lá nos Estados Unidos, cada anúncio que seja veiculado aí na televisão, no rádio precisa ser pago, então a importância desses recursos é fundamental”, explicou.
Diferenças entre os sistemas eleitorais brasileiro e americano
O especialista também apontou uma diferença crucial entre os sistemas eleitorais brasileiro e americano.
No Brasil, o acesso ao horário eleitoral gratuito na TV aberta é custeado pelo contribuinte. Já nos EUA, todos os custos de veiculação de propaganda eleitoral são de responsabilidade das campanhas.
Segundo Consentino, o expressivo volume de doações recebidas por Kamala Harris pode ser atribuído ao momento de ascensão da candidata após a renúncia de Joe Biden à candidatura à reeleição.
No entanto, o professor alerta que manter esse ritmo de arrecadação será um desafio complexo para a campanha democrata.
Estratégias para manter a mobilização dos doadores
“O desafio de manter esse momento é bastante complexo, não é fácil, vai ter que buscar outras estratégias”, afirmou Consentino.
Ele ressaltou que já possuir o dobro de recursos de Trump, um candidato veterano e ex-presidente, é um feito notável para a campanha de Harris.
O professor antecipou que os próximos eventos da campanha, como debates e a convenção do partido que oficializará a candidatura de Kamala Harris, serão cruciais para capitalizar a atenção dos democratas e potencialmente arrecadar mais recursos.
“A grande aposta dos democratas agora será a convenção que vai ungir a candidatura de Kamala Harris”, concluiu Consentino.
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