Mais de 20 pesquisadores vão coletar dados sobre as calçadas de Cuiabá, para avaliar a acessibilidade do dia a dia das pessoas que caminham pela capital e utilizam transporte público.
A pesquisa, realizada por professores e estudantes do curso de Engenharia de Transportes da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), irá utilizar as informações coletadas para mapear as dificuldades na microacessibilidade à infraestrutura urbana.
Dessa forma, será feito o levantamento das condições das calçadas, ciclovias, sinalização viária e instalações de transporte público em bairros selecionados.
Mas para quê?
Como explica a coordenadora da iniciativa, professora Juliana Chegury, do curso de Engenharia de Transportes, campus de Várzea Grande, a Constituição garante a todo cidadão o direito de ir e vir e a caminhabilidade é o primeiro passo que damos, independente da modalidade de transporte que será utilizado. O projeto busca conscientizar a população e o poder público da importância das calçadas.
De acordo com a professora, o projeto de pesquisa intitulado “Diagnóstico e análise da microacessibilidade em bairros de Cuiabá, MT” surgiu por uma questão pessoal.
A professora explica que o pai dela, hoje falecido, trabalhou na secretaria de obras da cidade natal dela em Minas Gerais e era inconformado com as condições das calçadas e da falta de cuidado do poder público com relação aos pedestres.
Formada em Arquitetura e Urbanismo, no curso de Engenharia de Transportes Juliana trabalha com as disciplinas de Urbanismo e Planejamento e Mobilidade Urbana e Transporte Sustentável. Ela conta que propôs o projeto de pesquisa para que os estudantes pudessem ver a situação de perto e entender a importância desses estudos.
Como funciona o projeto?
O projeto coleta informações sobre calçadas, por exemplo: condições das sarjetas, bocas de lobo, presença de interceptores nas vias e limpeza urbana.
O começo do projeto será em bairros próximos da UFMT, com a meta de expandir até outros bairros na busca por dados relacionados a largura, continuidade de piso, presença de obstáculos, rampas, árvores, entre outros.
O bairro Boa Esperança, vizinho ao câmpus da UFMT em Cuiabá, já foi mapeado.
Outro bairro que está prestes a ter a coleta concluída é o Jardim Renascer e os próximos bairros a passarem pelo mapeamento são o Jardim Itália, Jardim das Américas, avançando para outros bairros além da Avenida Fernando Corrêa da Costa.
Os resultados serão analisados e em seguida, disponibilizados em montar um documento, como diagnóstico, para protocolar junto aos órgãos públicos.
O projeto conta com uma parceria com a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
A parceria é resultado do trabalho conjunto com as professoras da UFMT; Cinthia Brigante, Isabella Martins e Juliane Bender e a professora Marina Baltar, da UFRJ.
O trabalho iniciou antes de 2020, mas com a pandemia de Covid-19 o trabalho foi interrompido.