Uma pesquisa da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) que estuda a qualidade da água oferecida pelo Rio Cuiabá foi premiada na 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, o principal evento de divulgação científica do Brasil, pela Fapemat (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso).
O projeto inovador chamado “Biomonitoramento Ecotoxicológico e Amebas de vida livre: Protegendo a saúde e a biodiversidade das águas da bacia do Rio Cuiabá”, é desenvolvido Laboratório de Biotecnologia e Ecologia Microbiana do Instituto de Biociências (IB) da UFMT, campus de Cuiabá.
O estudo é conduzido pelo mestrando Ivan Cruz, sob a orientação do professor Marcos Antônio Soares do Câmpus de Cuiabá.
Para o mestrando, a premiação é uma oportunidade para o diálogo a respeito da bacia do Rio Cuiabá, dando visibilidade e apoio para o projeto e que o reconhecimento incentiva políticas ambientais baseadas em evidências.
O projeto é inovador por ser a primeira vez que a qualidade da água da Bacia do Rio Cuiabá passa por avaliação através de métodos ecotoxicológicos.
O professor orientador do projeto explica que a essa avaliação, até então, tem sido realizada por métodos químicos e físicos, além de microbiológicos. Com o novo método utilizado, os acadêmicos irão avaliar se essa água oferece ou não risco ao consumidor e até mesmo ao ambiente.
Ele cita que a grande vantagem será em identificar uma série de contaminantes emergentes na água, como por exemplo, os medicamentos, novas drogas, novos agentes utilizados pela agropecuária; que acabam caindo na água, eles não são analisados pelas análises químicas.
Marcos Antônio detalha que métodos ecotoxicológicos utilizam modelos biológicos, ou seja, são organismos vivos que são sensíveis a diferentes agentes tóxicos. Quando colocados na água, se essa tiver deficiências, acontece a indicação de que naquela água existe algum agente tóxico.
A metodologia utilizada no projeto representa uma mudança na análise, já que ,segundo o professor, a legislação no Brasil não inclui esses agentes tóxicos nas análises, e a presença na água oferece um potencial risco à saúde humana.
O projeto iniciou este ano e vai se estender por dois anos. No momento a pesquisa está na quarta campanha de coleta. De acordo com o professor, a pesquisa vai coletar quatro vezes ao longo do ano para possibilitar a avaliação temporalmente se essa qualidade da água está variando para pior ou melhor.
Isso é um bom indicador para os agentes públicos que tomam decisões e as agências de vigilância de controle possam saber exatamente onde aquela água está tendo uma piora na sua qualidade e rapidamente.
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