Queimadas no Brasil agravam degelo recorde na Antártica


Um relatório do Programa Antártico Brasileiro (Proantar) revela o maior declínio da história no gelo marinho nas regiões polares em 2023 e 2024, com áreas de degelo equivalentes a grandes países europeus, o estudo aponta que há influência das queimadas no Brasil para o cenário na Antártica.

Para o pesquisador, Rodrigo Goldenberg Barbosa, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), as queimadas no bioma amazônico contribuem para o degelo recorde, tornando o processo um ciclo vicioso.

“É como se fosse um grande ciclo, um influencia o outro. O ‘carbono negro’, gerado pelos incêndios, é levado para Antártica pelos ‘rios atmosféricos’, o que diminui a capacidade de refletir o sol, absorvendo ainda mais calor, portanto facilita o degelo”, aponta Barbosa. 

O estudo alerta para os impactos dessas mudanças climáticas, que já se manifestam em desastres ambientais e desregulação do ciclo hídrico.

O projeto Com-ANTAR, que ajuda na comunicação da ciência brasileira no continente gelado, liderado pelo professor Ronaldo Christofoletti, coordenador do relatório, destaca a conexão entre o derretimento das regiões polares com o aquecimento global e os desastres ambientais.

“O degelo marinho recorde, assim como o fato de 2024 ser o ano mais quente da história, reforça os alertas sobre os impactos das mudanças climáticas”, diz Christofoletti.

 

O documento, intitulado “O declínio recorde do gelo marinho em 2023-2024: um alerta para o planeta”, apresenta dados alarmantes sobre a redução da cobertura de gelo na Antártica e no Ártico, e as graves consequências para o equilíbrio climático global.

Em 2023, a Antártica registrou a menor cobertura de gelo marinho desde o início dos registros, em 1979, já em 2024, a extensão de gelo atingiu a segunda menor marca, com um déficit de 898.000 km² em relação à média histórica, área comparável aos territórios somados da França e Alemanha.

No Ártico, a redução da cobertura de gelo em 2024 foi de 1.994.000 km² abaixo da média, superando a área de sete países europeus juntos.

Ano mais quente

O estudo ressalta que o ano de 2024 foi o mais quente já registrado, superando o recorde anterior de 2023, e que o aquecimento global ultrapassou o limite de 1,5 °C em relação aos níveis pré-industriais, estabelecido pelo Acordo de Paris.

A quebra dessa barreira climática é considerada um marco alarmante para os cientistas. O relatório enfatiza a importância do gelo marinho para o equilíbrio dos ecossistemas polares e para o clima global. O gelo fornece habitat essencial para diversas espécies e contribui para o efeito albedo, refletindo a luz solar de volta ao espaço.

 



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