Racismo em shopping: Defensoria de SP recomenda afastamento de seguranças

CNN Brasil


Após os casos de racismo, a Defensoria Pública do Estado de São Paulo, por meio do Núcleo Especializado de Promoção da Igualdade Racial e de Defesa dos Povos e Comunidades Tradicionais (NUPIR) e do Núcleo Especializado da Infância e Juventude (NEIJ), recomendou, nesta quinta-feira (24), que o Shopping Pátio Higienópolis, na capital paulista, afaste de modo imediato toda a equipe de segurança, com substituição em até 30 dias.

O órgão justifica a medida pela reincidência. Em 2022, jovens denunciaram episódios de discriminação racial. Os casos são semelhantes à nova denúncia de uma adolescente de 12 anos, alvo de uma abordagem racista no estabelecimento. 

Casos de racismo no Shopping Pátio Higienópolis já motivaram ajuizamento de ação judicial em 2019 e tratativas entre a administração do estabelecimento, movimentos sociais e a Defensoria Pública. “Apesar da realização de um curso de formação em direitos humanos para os funcionários da segurança do Shopping naquele ano, novos casos de racismo foram registrados, demonstrando a ineficácia das medidas adotadas”, disse o órgão.   

A Defensoria Pública ainda recomendou a realização de um evento público no Shopping, em até 30 dias, para debater os direitos de crianças e adolescentes e o racismo no Brasil, com a participação de movimentos sociais que promoveram o curso de formação em 2019. A reparação imediata dos danos materiais e morais sofridos pelas vítimas dos episódios de racismo também foi recomendada. 

O Shopping Pátio Higienópolis tem até 48 horas para informar as medidas concretas que serão adotadas para o cumprimento da recomendação. A CNN entrou em contato com o shopping e ainda não teve retorno. 

Relembre o caso de racismo

Uma adolescente de 12 anos foi alvo de uma abordagem racista por uma segurança do shopping Pátio Higienópolis, região nobre de São Paulo. O incidente no dia 16 dste mês, por volta do meio-dia e meia.

De acordo com o relato da mãe, uma segurança do shopping abordou a amiga branca do grupo e questionou se os adolescentes negros estariam incomodando ou pedindo dinheiro.

Após o incidente, um professor do colégio Equipe que estava no local interveio, e a coordenação da escola registrou uma queixa formal no shopping. Leni também foi à administração para registrar sua reclamação, após convencer a filha, inicialmente relutante em retornar ao local devido ao trauma.

A mãe da adolescente registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia Virtual de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância. De acordo com a Polícia Civil, o B.O. será encaminhado ao distrito policial da área onde ocorreu o incidente para que as devidas investigações e esclarecimentos dos fatos sejam realizados.

O Shopping Pátio Higienópolis, em nota à CNN, lamentou o ocorrido e informou que está em contato com a família dos adolescentes. O empreendimento declarou que o comportamento adotado não reflete seus valores e que o caso está sendo tratado com a máxima seriedade.

Um protesto antirracista aconteceu nesta quarta-feira (23) por uma ação é organizada por estudantes do coletivo Equipreta, do Colégio Equipe,



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