Rebeca Andrade faz história e vence “Oscar do Esporte”

A ginasta Rebeca Andrade, de 24 anos, entrou para a história do esporte mundial nessa segunda-feira (21), ao ser a primeira atleta mulher do Brasil a conquistar o Prêmio Laureus, considerado o “Oscar do esporte”.

Criada há 25 anos, a premiação foi realizada em uma cerimônia de gala no luxuoso Palácio de Cibeles, em Madri, na Espanha. Rebeca foi a grande vencedora da categoria “Retorno do Ano”, desbancando outros cinco concorrentes de peso.

A ginasta Rebeca Andrade é a primeira atleta mulher do Brasil a conquistar o Prêmio Laureus. (Foto: Reprodução)

Entre os indicados estavam o nadador americano Caeleb Dressel, a esquiadora suíça Lara Gut-Behrami, o piloto espanhol Marc Márquez, o jogador de críquete indiano Rishabh Pant e a nadadora australiana Ariarne Titmus.

A categoria “Retorno do Ano” reconhece atletas que superaram grandes adversidades.

No caso de Rebeca Andrade, antes de brilhar nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, a ginasta precisou passar por três cirurgias no joelho, enfrentou dores, dúvidas e quase desistiu da carreira.

Ao receber o prêmio, Rebeca Andrade — nascida em Guarulhos (SP) — emocionou o público ao agradecer aqueles que estiveram ao seu lado na jornada. Ela fez um agradecimento especial à psicóloga Aline Wolff, que teve papel essencial no apoio psicológico durante os momentos mais difíceis da carreira.

Medalista olímpica

A vitória no Laureus veio na esteira de uma campanha histórica nos Jogos de Paris. Rebeca Andrade foi o grande nome da delegação brasileira e terminou as Olimpíadas com quatro medalhas: ouro no solo, duas pratas (individual geral e salto) e bronze por equipes.

O ponto alto foi a conquista do ouro na prova de solo, superando a estrela americana Simone Biles. A cena em que Biles e Jordan Chiles reverenciam Rebeca no pódio rodou o mundo e marcou um momento de respeito e reconhecimento entre gigantes da ginástica.

Com a conquista do Laureus 2025, Rebeca repete um feito que apenas um outro brasileiro havia alcançado na mesma categoria: Ronaldo Fenômeno, premiado em 2003, após se recuperar de lesões no joelho e brilhar no penta da Seleção Brasileira em 2002.

Agora, Rebeca não apenas iguala esse feito, mas também abre portas para novas gerações de atletas brasileiras, mostrando que é possível vencer, mesmo quando o caminho parece impossível.