A Polícia Civil desmantelou nesta quinta-feira (20) uma grande rede de extorsão liderada por Ulisses Batista, um falso pastor que operava no Bairro Pedra 90, em Cuiabá.
O esquema criminoso formado por mais de 100 membros, denominado “Projeto Água 20LT”, forçava comerciantes a comprar água mineral da facção, resultando em vendas de até 1,5 milhão de galões por mês.
Um ponto central da investigação foi o grupo de WhatsApp utilizado pela facção para monitorar e coagir as vítimas. Composto por mais de 100 pessoas, o grupo incluía faccionados e comerciantes que eram sistematicamente extorquidos.
A polícia identificou 11 vítimas dentro desse grupo, mas o número total de comerciantes afetados pode ser muito maior.
Inicialmente, os criminosos mantinham contato amigável com os comerciantes, mas logo a relação se transformava em ameaças diretas caso as ordens da facção não fossem cumpridas.
A organização criminosa exigia o pagamento de uma taxa de R$ 1 por galão vendido, arrecadando quantias milionárias que eram enviadas para a cúpula da facção no Rio de Janeiro.
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O esquema
A operação “Falso Profeta” revelou a extensão do esquema, com a polícia cumprindo 30 ordens judiciais, incluindo mandados de prisão, busca e apreensão.

Ulisses Batista, o líder da facção, está foragido no Rio de Janeiro.
A operação cumpre 30 ordens judiciais, dentre eles: 7 mandados de prisão preventiva, 9 mandados de busca e apreensão; bloqueio de contas bancárias com valores que podem chegar a R$ 1,5 milhão; e sequestro de veículos e proibição de atuação econômica para empresas ligadas à facção.
As ações ocorrem simultaneamente em Cuiabá, Várzea Grande e no Rio de Janeiro, dentro da estratégia do Programa Tolerância Zero, do Governo do Estado.