Reduzir preços dos alimentos é dever de casa urgente para governo, avaliam senadores


Os preços dos alimentos nas prateleiras dos mercados aumentam semana após semana. A questão da inflação sobre os produtos já é uma demanda urgente para o governo federal. Na semana passada, o presidente Lula (PT) realizou uma reunião ministerial para discutir a redução de alíquotas em itens produzidos em território nacional. Agora, a bancada federal de Mato Grosso do Sul endossa a urgência diante da necessidade de controle fiscal sobre os produtos, o que tem afetado diretamente o prato dos brasileiros.

(Foto: Reprodução)

Os três senadores por Mato Grosso do Sul foram procurados pelo Primeira Página para comentar sobre as movimentações do governo federal diante da alta da inflação nos alimentos. Entre as falas de todos, são consonantes dois tópicos: o sentido de urgência para redução dos preços e escalada anormal do dólar.

A senadora Tereza Cristina (PP) pontuou a necessidade do governo federal incluir a pauta da inflação na agenda de discussões. Uma das representantes da bancada do agro no Senado, Tereza Cristina também foi categórica ao mencionar que o agro não é culpado pelo aumento dos preços dos alimentos.

“Falar sobre a inflação dos alimentos, acho que o governo tem total razão. Os alimentos subiram muito, mas não tem nada a ver com o agro. Tem a ver com o dever de casa que o governo precisa fazer: cortar gastos e resolver o problema fiscal. O agro tem trabalhado, e nós vamos colher uma safra excelente. Não há falta de alimentos. O que temos são juros altos, inflação e dólar alto, que fazem com que os alimentos subam nas prateleiras do mercado. Temos que encontrar outro vilão. O vilão desta vez não é a agricultura e a pecuária”.

Tereza Cristina (PP), senadora.

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Nelsinho Trad (PSD) apresentou dois pontos que são importantes diante da discussão sobre a redação das tarifas dos alimentos. Para o senador, a ampliação de políticas públicas internas de investimento no agronegócio e a diminuição de impostos sobre os produtos são essenciais para o controle dos preços.

“O ponto número um: redução de tarifas de importação. Essas medidas, que visam diminuir as tarifas de tributação, ao meu ver, são positivas, pois beneficiam os alimentos produzidos no Brasil e que competem com o mercado internacional. Altos itinerários desses produtos diminuem os preços para o mercado interno, o que, para nossa avaliação, é uma estratégia válida para baratear os alimentos. O ponto número dois: estímulo agrícola. Ajustes no Plano de Agricultura Nacional, o popular e conhecido Plano Safra, são essenciais para incentivar e baratear a produção de alimentos no Brasil. Investimentos em infraestrutura para melhorar as estradas, crédito facilitado para todos os agricultores, além de apoio técnico, são esperados para aumentar a eficiência e a oferta de alimentos, resultando, assim, na redução dos preços a médio e longo prazo. Outra coisa importante é a redução dos custos de produção. A diminuição efetiva dos impostos sobre a produção agrícola é uma medida muito importante. Ao reduzir a carga tributária, os custos para os produtores diminuem, o que permite que os alimentos cheguem mais baratos ao consumidor final”.

Nelsinho Trad (PSD), senador.

As altas nos preços de produtos como café, suco de laranja e do azeite estão completamente atreladas à valorização do dólar comercial, como explica a senadora Soraya Thronicke (Podemos). Entretanto, este cenário não é o único fato decisivo para a escalada dos valores do itens da cesta básica.

“A reclamação sobre a alta de muitos produtos, na verdade, não tem a ver com a falta de produção interna, mas com a alta do dólar, como é o caso do azeite de oliva, por exemplo. Precisamos, além das medidas drásticas que precisam ser tomadas com celeridade, pensar realmente em como não passar mais por isso e como evitar esse tipo de questão. Mas isso só acontecerá cuidando da economia. Não adianta apenas criticar; precisamos buscar uma solução. Cuidar do mercado interno, trabalhar para segurar a alta do dólar e controlar a inflação é fundamental para ver como o Brasil vai se desenvolver. Eu não estou tão esperançosa assim. Não basta resolver agora a questão mais urgente, que é o aumento dos alimentos, e esquecer o dever de casa, que é a base da nossa economia”.

Soraya Thronicke (Podemos), senadora.

Redução em alíquotas

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O governo federal pode reduzir os impostos sobre alimentos para conter os preços, segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa. A intenção é diminuir as alíquotas de produtos produzidos no Brasil.

O ministro explicou que se os preços dos produtos do mercado internacional estiverem mais baixos do que os produzidos em território nacional, a alíquota de importação dos itens será reduzida.

“Ou seja, se produtos que estejam com o preço interno maior do que o preço externo, nós atuaremos na redução de alíquota para forçar o preço a vir pelo menos para o patamar internacional”.

Rui Costa, chefe da Casa Civil.

Os preços dos produtos serão alterados a partir do movimento que poderá baixar as alíquotas. O ministro explicou que não haverá subsídio e nem supermercado estatal na medida de contenção da inflação. “Não terá alimento sendo vendido fora do prazo de validade”, destacou Rui Costa.

 prévia da inflação de janeiro indicou um aumento de 1,06% nos preços de alimentos e bebidas no mês, o que ajudou a impulsionar o índice geral, que registrou uma alta de 0,11%. Segundo especialistas, a disputa internacional, a escalada do dólar em 2024 e os eventos climáticos adversos são componentes que contribuíram para que a cesta básica ficasse mais cara.

Alguns alimentos ficaram muito mais caros ano passado, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografias e Estatística). Veja abaixo alguns dos itens com maiores percentuais de aumento:

  • 🍊laranja-lima ⬆️ 91%;
  • 🥩carne ⬆️ 20,8%;
  • 🥛leite ⬆️ 18,8%;
  • ☕café ⬆️ 39,6%;
  • 🧈manteiga ⬆️ 6,13%;
  • 🥖pão ⬆️ 3,27%.



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