O Rio de Janeiro aposta na prevenção para evitar novas tragédias climáticas. Desenvolvido pela Secretaria Estadual do Ambiente e Sustentabilidade e pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), o programa Limpa Rio atua para prevenir enchentes e deslizamentos.
Ao todo, 85 municípios foram atendidos nos últimos dois anos pelo projeto que retirou toneladas de sedimentos de 635 corpos hídricos do estado. Um grupo especial atua dentro de comunidades, removendo manualmente o lixo que o maquinário pesado não consegue acessar.
“São os servidões, as vielas onde nós não conseguimos ter ali o maquinário mais pesado. Então ali são pessoas capacitadas para esse tipo de desobstrução de bueiros, de valas, com equipamentos mais leves”, Bernardo Rossi, secretário de Ambiente e Sustentabilidade do Estado do Rio de Janeiro.
Neste ano, cerca de R$ 250 milhões foram investidos com recursos do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam). Em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, a retirada do lixo descartado de forma inadequada é feita diariamente por uma extensão de 4 km no Canal Cintura.
“A nossa função é tentar mitigar esses impactos o máximo possível. O programa Limpa Rio atua de forma preventiva, antes das chuvas, ele já está atuando o ano todo, todos os dias e, quando chega a época de chuvas, ele atua com mais frequência ainda, comenta Ricardo Ferreira, engenheiro do Inea.
Três máquinas são utilizadas para fazer a limpeza e o desassoreamento. Em média, são retirados 240 metros cúbicos de material, o que representa 500 toneladas por dia. Cerca de 40 mil pessoas que moram na Baixada Fluminense são beneficiadas pelo trabalho, que além da limpeza, contribui para evitar tragédias.
“Quem vive em regiões onde tem inundações sabe que, quando vem a chuva e o rio está obstruído, o que acontece? As pessoas, quando não perdem a vida, perdem tudo. Esse é um trabalho para tornar os municípios mais resilientes relacionados aos eventos climáticos severos “, complementa Rossi.