Rússia ataca cidade estratégica e tenta cortar rotas de suprimentos, diz Ucrânia

CNN Brasil


As forças da Rússia continuam lançando ataques perto da cidade ucraniana de Pokrovsk, em um esforço para contorná-la pelo sul e cortar as rotas de suprimento para as tropas inimigas, disseram militares da Ucrânia neste sábado (4).

A captura do centro rodoviário e ferroviário na região oriental de Donetsk pode criar sérias dificuldades para o Exército ucraniano na frente oriental e também permitir que a Rússia reforce e avance sua linha de frente para o oeste.

“A direção de Pokrovsk continua sendo a mais quente [intensa] e lá os russos atacaram 34 vezes [nas últimas 24 horas] e tentaram romper nossas defesas ao sul de Pokrovsk”, afirmou Viktor Trehubov, porta-voz do grupo de forças Khortytsia da Ucrânia, à televisão nacional do país.

A cidade, que possui uma mina que é a única fornecedora de carvão de coque para a indústria siderúrgica da Ucrânia, tinha uma população pré-guerra de cerca de 60 ml pessoas. O governo estima que cerca de 11 mil delas permaneçam na cidade.

Trehubov alegou que as forças russas estão tentando bloquear rotas de suprimento enviando pequenos grupos de soldados para assentamentos ao sul de Pokrovsk.

“Eles [russos] não vão diretamente para a cidade porque isso significa combates urbanos pesados. Então, eles primeiro tentam contornar a cidade e interromper as cadeias de logística”, explicou Trehubov.

Ele comentou ainda que as forças de Kiev usam drones e armas de precisão para tentar impedir que as tropas russas atinjam seus alvos.

Entenda a guerra entre Rússia e Ucrânia

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin.

Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada. A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.

Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.

As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.

O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.

A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.

O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.



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