Rússia detém cidadão do Uzbequistão por assassinato de general com bomba

CNN Brasil


Um cidadão do Uzbequistão de 29 anos foi detido por supostamente plantar a bomba que matou o tenente-general russo, Igor Kirillov, e seu assistente, declarou o Comitê Investigativo da Rússia, nesta quarta-feira (18).

O general, que chefiava as forças de proteção radiológica, biológica e química russas, foi morto por uma bomba detonada remotamente plantada em uma scooter elétrica do lado de fora de um prédio de apartamentos a cerca de sete quilômetros a sudeste do Kremlin.

A explosão ocorreu um dia após promotores ucranianos terem sentenciado Kirillov à revelia pelo uso de armas químicas proibidas pela Rússia durante sua invasão.

Uma fonte com conhecimento da operação contou mais tarde à CNN que o serviço de segurança da Ucrânia, o SBU, estava por trás do ataque.

O suspeito teria sido recrutado pelos serviços especiais ucranianos e chegou a Moscou sob suas instruções, alegou o comitê em seu canal oficial do Telegram.

“O detido recebeu um dispositivo explosivo caseiro e o colocou em uma scooter elétrica, estacionada na entrada do prédio residencial onde Igor Kirillov morava”, segundo a declaração do comitê.

Para monitorar a residência do general, o cidadão do Uzbequistão alugou um carro e o equipou com uma câmera de vigilância, acrescentou o comunicado.

“A filmagem desta câmera foi transmitida online para os organizadores do ataque terrorista, na cidade de Dnipro. Após um sinal de vídeo ser recebido sobre os soldados saindo da entrada, o dispositivo explosivo foi ativado remotamente por eles”, relatou o comitê, acrescentando que “outras pessoas envolvidas na organização deste crime estão sendo identificadas”.

O suspeito detido recebeu uma recompensa monetária de US$ 100 mil e residência em um país europeu não especificado, ainda conforme a declaração russa.

Autoridades da Rússia responderam furiosamente à morte do general, prometendo punição “sem dúvida e sem misericórdia”.

Entenda a Guerra entre Rússia e Ucrânia

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin.

Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada. A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.

Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.

As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.

O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.

A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.

O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.



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