A Rússia disse nesta segunda-feira (26) que atacou forças ucranianas em mais de uma dúzia de locais ao longo da frente na região de Kursk, no oeste da Rússia, onde a Ucrânia conquistou uma fatia de território depois de invadir a fronteira russa há 20 dias.
Milhares de soldados ucranianos cruzaram a fronteira em 6 de agosto em um ataque surpresa que o presidente russo, Vladimir Putin, disse ter como objetivo melhorar a posição de Kiev antes de possíveis negociações e retardar o avanço das forças russas ao longo da frente.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse no domingo que suas forças avançaram até 3 quilômetros na região russa de Kursk, assumindo o controle de mais dois assentamentos ali.
A Rússia disse ter atingido as 22ª e 115ª Brigadas Mecanizadas da Ucrânia, a 82ª Brigada de Assalto Aerotransportada e uma Brigada de Guarda e Apoio em pelo menos 12 locais diferentes com ataques aéreos, artilharia e infantaria.
Moscou disse que também repeliu ataques em sete locais adicionais em Kursk e atingiu forças ucranianas em 16 outros locais na região vizinha de Sumy, na Ucrânia.
“Unidades do grupo de forças do norte, com o apoio da aviação do exército e fogo de artilharia, repeliram ataques de grupos de assalto inimigos na direção dos assentamentos de Kremyanoye, Malaya Loknya e Nechayev”, disse o Ministério da Defesa da Rússia em comunicado.
A pasta afirmou que as forças russas também “frustraram as tentativas de ataque na direção de Komarovka, Spalnoye, Korenevo, Pogrebky e Olgovka”.
O ministério disse que procura identificar e destruir unidades de sabotagem ucranianas que se esconderam nas florestas, numa tentativa de penetrar mais profundamente no território soberano russo.
Embora a incursão em Kursk tenha ganhado as manchetes, as autoridades russas dizem que o ataque não conseguirá afastar as forças russas do leste da Ucrânia, onde ainda avançam. Dizem também que enviará milhares de tropas ucranianas numa nova frente que tem pouca importância estratégica ou táctica.
O Kremlin disse nesta segunda-feira que teria de haver uma resposta russa à incursão da Ucrânia e que a ideia de negociações de cessar-fogo com Kiev já não era relevante.
Putin disse que a Ucrânia receberá uma “resposta digna”, mas ainda não revelou publicamente qual é essa resposta.
Desde a incursão, a Rússia disse que a Ucrânia perdeu 73 tanques, 61 veículos blindados de transporte de pessoal e 404 veículos blindados de combate na região de Kursk. A Reuters não conseguiu verificar os relatórios do campo de batalha de nenhum dos lados.
A Rússia também forneceu estimativas das perdas ucranianas em Kursk, mas a Reuters não publica estimativas de combatentes de nenhum dos lados.
