Saiba por quais crimes estudantes que zombaram de paciente podem responder

CNN Brasil


A Polícia Civil de São Paulo investiga a conduta de duas estudantes de medicina denunciadas após publicarem um vídeo zombando de uma jovem que havia sido submetida a três transplantes de coração e um de rim.

As estudantes Gabrielli Farias de Souza e Thaís Caldeira Soares Foffano foram denunciadas após a família de Vitória tomar conhecimento do vídeo publicado em fevereiro. A paciente Vitória Chaves da Silva, de 26 anos, morreu em fevereiro de 2025, dias depois da gravação do vídeo.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o caso é investigado como injúria por meio de um inquérito policial instaurado no 14º Distrito Policial de Pinheiros.

O Ministério Público de São Paulo, por meio de nota, disse à CNN que foi protocolado, na terça-feira (8), uma notícia de fato relatando o ocorrido. “O caso está sendo analisado pela promotoria”, afirmou.

À CNN, o advogado Henrique Cataldi, pós-graduado em Direito e Processo Penal pela Faculdade Damásio, avaliou que além do crime de injúria, previsto no artigo 140 do Código Penal, as estudantes de medicina podem responder por difamação e violência psicológica.

Veja as penas:

  •  Injúria: detenção de um a seis meses e multa
  • Difamação: detenção de três meses a um ano, além de multa
  • Violência psicológica contra a mulher: reclusão de seis meses a dois anos e multa

O especialista ainda destaca que o artigo 141 do Código Penal prevê aumento da pena quando “o crime contra a honra for praticado por meio que facilite a divulgação da ofensa, como no caso concreto, em que o vídeo foi amplamente compartilhado via rede social (TikTok), ampliando o alcance do dano e a exposição indevida da vítima”.

“Paralelamente à responsabilização criminal, a conduta também pode gerar consequências na esfera cível, especialmente quanto à obrigação de indenizar pelos danos morais causados à vítima e a seus familiares”, explica Cataldi.

Ainda de acordo com o advogado, Gabrielli e Thaís também poderão sofrer sanções acadêmicas de acordo com o regimento interno das instituições que vão desde advertências até o desligamento do curso.

Resposta das faculdades

Gabrielli Farias de Souza e Thaís Caldeira Soares Foffano, que aparecem nas imagens, estudam medicina na universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo, e na Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (Faseh), em Minas Gerais.

À CNN, em nota conjunta, as instituições lamentaram o episódio e se solidarizaram com as famílias. “O relato mencionado não condiz com os princípios e valores que norteiam a atuação desta Instituição de Ensino”, diz a nota. As instituições afirmaram que apuram o caso.

No vídeo publicado em uma rede social, as estudantes falavam sobre o caso da paciente Vitória Chaves da Silva, de 26 anos. “Assim, não sei. Essa menina tá achando que tem sete vidas? Não sei”, diz uma das estudantes na gravação. A publicação foi apagada das redes sociais na terça-feira (8).

O vídeo foi gravado dias antes da morte da paciente Vitória Chaves da Silva, de 26 anos. Ela estava internada no Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). A causa da morte da jovem teria sido um choque séptico e insuficiência renal crônica.

Doença rara

Ao nascer, Vitória foi diagnosticada com uma grave cardiopatia congênita chamada de Anomalia de Ebstein, uma doença rara que afeta a válvula do coração.

De acordo com uma publicação de Vitória em uma rede social, o primeiro transplante aconteceu em 2005. O segundo aconteceu 11 anos depois, em 2016, por conta de doença nas veias coronárias. O terceiro, e último transplante, aconteceu em 2024.



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