A igreja católica já teve 266 papas, desde São Pedro, o primeiro pontífice, até ao atual agora. Essa contagem inclui papas que tiveram papados curtos e aqueles que serviram em períodos de transição.
A lista de papas é um registro da sucessão apostólica, que se acredita ter sido estabelecida por Jesus Cristo aos seus apóstolos, e é fundamental para a estrutura e autoridade da igreja católica.
De acordo com a tradição cristã, São Pedro é considerado o primeiro papa e sucessor de Jesus Cristo. Jesus teria dado a São Pedro as “chaves do reino dos céus”, conferindo-lhe a liderança espiritual da Igreja. O título de papa, que significa “pai”, passou a ser usado para identificar o bispo de Roma, o líder da igreja, e seus sucessores.
Ao longo das últimas décadas, a liderança da igreja católica passou por profundas transformações, moldadas por quatro pontificados marcantes. De João Paulo I a Francisco, cada papa deixou sua marca no cenário religioso e político mundial, enfrentando desafios distintos e promovendo diferentes visões para a igreja no século XXI.
Paulo VI (1963–1978)
Giovanni Battista Montini, eleito papa em 1963, conduziu a Igreja durante um dos períodos mais significativos do catolicismo moderno: o Concílio Vaticano II, iniciado por João XXIII e concluído sob sua liderança.
Paulo VI foi responsável por implementar as reformas do Concílio, como a modernização da liturgia e a promoção do diálogo com outras religiões e o mundo contemporâneo. Também enfrentou tensões internas ao reafirmar a doutrina da igreja em temas como controle de natalidade, com a encíclica Humanae Vitae (1968), que causou polêmica entre fiéis e teólogos.
Seu papado, que durou 15 anos, foi marcado por um equilíbrio entre tradição e abertura ao mundo moderno. Foi canonizado em 2018.
João Paulo I (1978)
Conhecido como o “Papa do Sorriso”, João Paulo I teve um dos pontificados mais curtos da história da igreja: apenas 33 dias, entre agosto e setembro de 1978. Nascido Albino Luciani, na Itália, ele encantou os fiéis com seu carisma e simplicidade.
Embora não tenha tido tempo para implementar reformas significativas, sua postura humilde e acessível rompeu com algumas formalidades tradicionais do papado, sinalizando uma abertura que influenciaria seus sucessores. Sua morte repentina, ainda envolta em mistério para muitos, marcou profundamente a igreja.
João Paulo II (1978–2005)
Karol Wojtyła, da Polônia, foi o primeiro papa não italiano em mais de 450 anos e permaneceu no cargo por quase 27 anos. Um dos papas mais influentes da história moderna, João Paulo II foi fundamental na luta contra o comunismo na Europa Oriental, especialmente em seu país natal, e teve papel importante no colapso do regime soviético. Promoveu extensas viagens missionárias — mais de 100 países visitados — e se tornou um símbolo global de fé e resistência. Seu conservadorismo em questões morais contrastou com sua postura progressista em temas sociais e direitos humanos. Foi canonizado em 2014.
Bento XVI (2005–2013)
O alemão Joseph Ratzinger sucedeu João Paulo II e se destacou como um teólogo erudito e guardião da doutrina católica. Seu pontificado, que durou quase oito anos, ficou marcado por uma abordagem mais conservadora em relação à fé e aos costumes, além de uma gestão criteriosa da liturgia.
Bento XVI enfrentou duras críticas por conta de escândalos de abuso sexual na igreja, tentando, durante seu pontificado, enfrentar a crise com medidas internas. Em 2013, surpreendeu o mundo ao renunciar ao papado — algo inédito em quase 600 anos — citando falta de forças físicas e espirituais para continuar no cargo. Viveu como Papa Emérito até sua morte, em 2022.
Francisco (2013–presente)
Eleito em março de 2013, o argentino Jorge Mario Bergoglio se tornou o primeiro papa latino-americano e o primeiro jesuíta a assumir o trono de São Pedro. Conhecido por sua postura pastoral e foco nos pobres, Francisco buscou uma igreja mais simples, próxima dos marginalizados e comprometida com causas sociais e ambientais.
É autor da encíclica Laudato Si’, sobre o cuidado com o meio ambiente, e promoveu debates sobre temas sensíveis como imigração, abuso clerical, papel da mulher na igreja e inclusão de pessoas LGBTQIA+. Seu papado, que durou 12 anos, representou uma tentativa de equilibrar tradição e modernidade, em um momento de grandes desafios para a igreja católica.
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