A Operação Ultima Ratio cumpre nesta quinta-feira (24) mandados de busca e apreensão contra 27 nomes envolvidos em um esquema de compra de decisões judiciais em Mato Grosso do Sul. Entre os investigados estão desembargadores, desembargadores aposentados, conselheiros do TCE (Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul), advogados e empresários.
O Primeira Página listou o nome dos alvos de busca e apreensão; confira:
- Sérgio Fernandes Martins – atual presidente da Corte
- Vladimir Abreu – vice-presidente eleito para assumir o biênio 2025/2026
- Sideni Pimentel – presidente eleito para assumir o biênio 2025/2026
- Alexandre Aguiar Bastos – desembargador
- Marcos Brito – desembargador
- Osmar Domingues Jeronymo – Conselheiro e corregedor-geral do TCE (Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul)
- Danillo Moya Jeronymo – sobrinho de Osmar Domingues Jeronymo
- Natacha Neves de Jonas Bastos – servidora do TJMS
- Marcus Vinicius Machado Abreu da Silva – advogado e filho do desembargador Vladimir Abreu
- Ana Carolina Machado Abreu da Silva – advogada e filha do desembargador Vladimir Abreu
- Julio Roberto Siqueira Cardoso – desembargador aposentado
- Camila Cavalcante Bastos Batoni – advogada, atual vice-presidente da OAB/MS e filha do desembargador Alexandre Bastos
- Rodrigo Gonçalves Pimental – filho do desembargador Sideni Soncini Pimentel
- Renata Gonçalves Pimental – filha do desembargador Sideni Soncini Pimentel
- Divoncir Schreiner Maran – desembargador aposentado e alvo da Operação Tiradentes
- Divoncir Schreiner Maran Junior – filho do desembargador aposentado Divoncir Schreiner Maran
- Diogo Ferreira Rodrigues – advogado e filho do desembargador Marcos José de Brito
- Felix Jayme Nunes da Cunha – advogado e um das cabeças do esquema
- Everton Barcellos de Souza – empresário
- Diego Moya Jeronymo – sobrinho de Osmar Domingues Jeronymo
- Percival Henrique de Souza Fernandes – empresário
- Paulo Afonso de Oliveira – juiz da 2ª Vara Cível da Comarca de Campo Grande-MS
- Fábio Castro Leandro – ex-procurador-geral da Prefeitura de Campo Grande e filho do desembargador aposentado Paschoal Carmello Leandro
- Andreson de Oliveira Gonçalves – empresário, proprietário da Florais Transportes e Táxi Aéreo no Mato Grosso
- Flávio Alves de Morais – advogado e sócio de Felix Jayme Nunes da Cunha
- Mauro Boer – empresário
- Marcos Antônio Martins Sottoriva – Procurador de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul
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Esquema familiar
A ação que revelou o esquema de corrupção dentro do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) começou com investigações de outra operação, a Mineração de Ouro. Deflagrada em 2021, ela tinha como alvo três conselheiros do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul.
A ligação familiar começa neste momento, já que foi a partir das interceptações telefônicas de um dos investigados da época – Danillo Moya Jeronymo servidor e sobrinho do conselheiro Osmar Domingues Jeronymo –que as provas da compra de decisões judiciais se tornou concreta.
Em resumo, Danillo e o tio estavam envolvidos na disputa por uma fazenda e teriam pago por documentos falsos e decisões judiciais favoráveis a eles.
Ao longo das investigações, o nome de um advogado apareceu como mediador do esquema de corrupção; Jayme Felix Nunes da Cunha.
Na ponta da justiça, cinco desembargadores eram “corrompidos” para darem decisões favoráveis a quem pagasse mais: Sérgio Fernandes Martins, Vladimir Abreu, Sideni Pimentel, Alexandre Aguiar Basto e Marcos Brito.
As apurações ainda revelaram o envolvimento da família dos desembargadores no esquema. Por isso, durante a operação, foi requisitado a quebra do sigilo telefônico de pais e filhos; são eles:
- Sideni Soncini Pimentel e seus filhos Rodrigo Gonçalves Pimentel e Renata Gonçalves Pimentel
- Vladimir Abreu da Silva e seus filhos Ana Carolina Machado Abreu da Ailva e Marcus Vinícius Machado Abreu da Silva
- Alexandre Aguiar Bastos e sua filha Camila Cavalcante Bastos
- Divoncir Schreiner Maran e seus filhos Divoncir Schreiner Maran Júnior, Vanio Cesar Bonadiman Maran, Rafael Fernando Ghelen Maran e Maria Fernanda Ghelen Maran
Além dos mandados de busca e apreensão e da quebra de sigilo telefônico, os cinco desembargadores foram afastados do cargo, proibidos de acesso às dependências de do TJMS e de se comunicarem com pessoas investigadas.
A mesma determinação foi estendida ao conselheiro e corregedor-geral do TCE-MS, Osmar Domingues Jeronymo e do sobrinho dele, que é servidor do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Danillo Moya Jeronymo.
Os sete ainda terão que colocar tornozeleira eletrônica.