Uma cena inusitada e preocupante foi registrada nessa quarta-feira (4), em Cáceres. Um homem foi visto dormindo no Rio Paraguai, onde um banco de areia se formou no leito do rio por conta da intensa seca. A imagem foi feita pela repórter Fernanda Leite Camilo, 38 anos, enquanto fazia uma pesquisa para seu trabalho de conclusão de curso. Veja abaixo:
O vídeo, segundo ela, é um reflexo da estiagem severa que atinge a região de Barra do Bugres e Cáceres, a 220 km de Cuiabá, fazendo o nível do Rio Paraguai cair drasticamente.
“Me deparei com essa cena de um homem dormindo no meio do rio, em banco de areia que se formou por causa da seca do Rio Paraguai. Como o tema principal é a seca nesse rio, e como ela tem afetado todo o ecossistema, aproveite e fiz essa imagem impactante”, disse ela ao Primeira Página.
Não se sabe a identidade do homem, que tirava um cochilo com a cabeça apoiada em uma pedra. Apesar de parecer estar às margens da água, ele está no meio do rio, onde o nível de água deveria estar bem maior se não fosse a seca.
Segundo moradores de Cáceres, em diversos trechos, já é possível ver o fundo do rio, com terra e pedras expostas. Em alguns pontos, o nível está tão baixo que é possível caminhar onde antes havia água.
Nessa quinta-feira (5), durante o jornal MT1, da TV Centro América, o repórter Jorge Félix mostrou o nível da água do Rio Paraguai na região de Barra do Bugres.
Como é possível ver na imagem abaixo, o repórter ficou em pé ao lado da régua de medição, onde a água deveria estar chegando.
O aposentado Antônio Cardoso Ricci, que trabalha conferindo o nível da água e enviando relatórios à Marinha Brasileira, afirmou durante entrevista que, em 48 anos, nunca viu o rio chegar a esse nível de seca.
Com a seca, um dos impactos é a impossibilidade da travessia de barco pelo rio. Nas cidades, moradores e pescadores cruzam as águas a pé em algumas áreas.
-
Cuiabá deve bater novo recorde de calor neste sábado com 43°C
-
Calor extremo e seca: Desfile de 7 de Setembro é cancelado em 22 cidades de MT
-
Em seca severa, veado “encara” jacaré para matar a sede no Pantanal