No século passado, o Carnaval de rua em Cuiabá era uma celebração que contagiava toda a cidade, engajando a população em uma grande festa. As ruas se transformavam em palco de dança e alegria, com pessoas de todas as idades se reunindo para brincar até altas horas, ao som de marchinhas, frevos e outros ritmos que embalavam a folia.
Era um tempo em que a comunidade se unia em blocos improvisados, fantasias criativas e desfiles espontâneos, criando um clima de integração e pertencimento que marcou gerações.
Além dos bailes no Grande Hotel, as celebrações no Centro da capital reuniam multidões em um Carnaval colorido e efervescente, como mostram exemplares de jornais históricos disponíveis no Acervo Público.






No entanto, com o passar dos anos, Cuiabá deixou de ser a cidade dos grandes carnavais. A festa, que já foi um grande espetáculo no Centro Histórico, perdeu força ao longo do tempo, mas ainda encontra espaço na paixão de pequenos blocos e grupos independentes que ocupam as ruas para manter a tradição viva.
Nos dias atuais, o Carnaval sobrevive com eventos particulares que guardam a memória de uma época que já foi memorável.
Será esse o fim da festa?
Em 2025, a ausência de investimentos públicos da prefeitura ameaça reduzir o Carnaval de rua em Cuiabá e Várzea Grande a uma lembrança do passado.
Informações da Prefeitura de Cuiabá apontam que nenhum real foi investido diretamente no Carnaval deste ano.
A participação da administração municipal se limitou ao apoio indireto, com as secretarias de Mobilidade Urbana, responsável pelo controle do trânsito nas proximidades dos eventos, Ordem Pública, fiscalizando os pontos de festividades, e Meio Ambiente, emitindo alvarás para o funcionamento tanto de celebrações religiosas quanto dos blocos de rua.
Esse cenário ocorre antes mesmo da votação do projeto de Lei apresentado pelo vereador Rafael Ranalli (PL), que propõe justamente proibir a prefeitura de investir no Carnaval pelos próximos quatro anos, para evitar o uso de dinheiro público para financiar, patrocinar ou ajudar na organização da festa popular na capital mato-grossense.

Enquanto diversos lugares realizaram suas festas de forma independente em 2025, a falta de investimento público levanta a questão: será esse o fim da festa?
Leia mais: Cuiabá corre o risco de ficar sem Carnaval? Vereador propõe corte de investimentos na folia
Apesar das dificuldades, a resistência dos foliões e a paixão dos pequenos blocos e grupos independentes mantêm viva a chama do Carnaval de rua.
Resta saber por quanto tempo a tradição conseguirá sobreviver apenas na memória e na força daqueles que insistem em ocupar as ruas para celebrar a folia.
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