Série “Adolescência“ é inspiração para projeto do Ministério Público no RS


Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) apresentou, nessa segunda-feira (31), em Porto Alegre, os resultados do Projeto Sinais, que monitora adolescentes radicalizados ou em risco. O projeto tem se inspirado na repercussão da série “Adolescência”, da Netflix, que aborda o tema.

Os dados apresentados pelo MPRS mostram que 178 casos foram acompanhados desde o ano passado, com 61 ainda em monitoramento. A iniciativa busca prevenir a radicalização e violência extrema entre jovens.

O procurador-geral de Justiça, Alexandre Saltz, ressaltou a importância da informação e ação rápida para evitar episódios de violência extrema.

“O número é alto e mostra a importância da sociedade se informar para agir com rapidez e evitar episódios de violência extrema. Por isso, estamos aqui, para falar sobre as raízes desse tipo de violência, sobre o nosso papel institucional e sobre o papel de cada um de nós, cidadãos e cidadãs, pais e mães de família. O que é que nós estamos fazendo? O que é que nós podemos fazer?”, disse.

O procurador de Justiça Fábio Costa Pereira, coordenador do Núcleo de Prevenção à Violência Extrema e do Projeto Sinais, apontou a dificuldade em compreender o impacto das redes sociais na formação dos jovens.

“A série aborda, por exemplo, o bullying e o movimento incel, que propaga ódio contra mulheres, e como essas comunidades online são perigosas para adolescentes em formação. E em praticamente todos os casos monitorados pelo MPRS, alguns fatores se repetem, entre eles, que os pais não sabem o que os filhos consomem no mundo digital e que os adolescentes são vítimas de bullying”, explica Pereira.

Monitoramento de casos

Durante seminário promovido pelo MPRS, a grande parte dos casos monitorados mostram que os pais desconhecem o conteúdo consumido pelos filhos no ambiente digital, e que os adolescentes são vítimas de bullying.

Série “Adolescência” é inspiração para projeto do Ministério Público no RS • Divulgação: MPRS

O promotor Marcio Abreu Ferreira da Cunha, integrante do Núcleo de Prevenção à Violência Extrema, destacou a necessidade de mudar a percepção sobre o problema.

“A nossa mentalidade para enxergar esse problema tem que ser completamente modificada, porque muita gente acha que isso só ocorre em grandes centros, mas a gente já monitorou casos em cidadezinhas de quatro mil habitantes. O radicalismo não tem fronteiras”, disse Cunha.

Sinais

A análise de pegadas digitais, como postagens, comentários e interações, auxilia na identificação de padrões e sinais de alerta. O MPRS identificou que o TikTok foi usado como principal meio de recrutamento, direcionando jovens para plataformas fechadas como o Discord.

O seminário também debateu as novas formas de discriminação nas mídias sociais. O debate ainda abordou o antissemitismo ao longo da história e sua propagação nas redes sociais.



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