Sobe para 12 o número de corpos encontrados em cemitério clandestino

Onze corpos foram encontrados em cemitério clandestino em região de mata em Lucas do Rio Verde. (Foto: Reprodução)


Equipes buscas do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil encontraram mais um corpo em um cemitério clandestino, em Lucas do Rio Verde, a 360 km de Cuiabá, na tarde desta segunda-feira (13). Com isso, sobe para 12 o número de pessoas enterradas no local. A perícia trabalha para identificar as vítimas.

“Foi localizado a ossada de mais um corpo pela equipe de busca do Corpo de Bombeiros juntamente com a cadela Ária. Localizamos o crânio, algumas partes do torso. Já foi acionada a Politec e a Policia Civil para tomar os procedimentos legais”, disse o comandante do Corpo de Bombeiros de Lucas do Rio Verde, Gleiber Bertolazo.

Doze corpos foram encontrados em cemitério clandestino em região de mata em Lucas do Rio Verde. (Foto: Reprodução)

Cemitério clandestino: guerra entre facções

Até o momento, quatro vítimas encontradas no cemitério clandestino já foram identificadas pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec). São elas:

  • Rafael Pereira de Souza, de 35 anos, natural de Rondonópolis (MT);
  • Andris Nadales, de 19 anos, natural da Venezuela;
  • Wilner Alex de Oliveira Silva, 29 anos, natural de Poxoréu (MT);
  • Matheus Bonfim de Souza, de 18 anos.
Wilner, Andris, Rafael e Matheus, respectivamente, estavam enterrados em cemitério clandestino de MT. (Foto: Reprodução)
Wilner, Andris, Rafael e Matheus, respectivamente, estavam enterrados em cemitério clandestino de MT. (Foto: Reprodução)

Ainda conforme o delegado João Antônio Batista, a Polícia Civil já vinha investigando a relação entre as guerras de facções criminosas, sequestros e desovas de corpos na região.

“Sabíamos que existia uma área em Lucas que estava sendo usada como desova de corpos. Existe relação direta com essa guerra de facções, é o mesmo modus operandi. Há um padrão claro: as vítimas são sequestradas, levadas a locais de mata e executadas”, disse.

João Antônio contou, ainda, que ao menos seis pessoas desapareceram no município da mesma forma, após terem sido sequestradas nas casas onde moravam.

Alguns dos corpos estavam em processo de esqueletização – última fase de decomposição. Além disso, uma vítima foi encontrada em estado de putrefação, o que indica que foi um homicídio recente.

O Instituto Médico Legal (IML) realizará uma triagem para avaliar o grau de decomposição e o método mais adequado para a obtenção das identidades das vítimas, sejam elas por papiloscopia, odontologia legal ou DNA.

Segundo a polícia, o número de corpos no local pode chegar a 15 conforme os trabalhos de escavação continuem. As investigações continuam, para encontrar os possíveis responsáveis pelas mortes.

Alerta aos familiares

A Politec orienta os familiares de desaparecidos na região a comparecerem às unidades de Medicina Legal para a coleta de material genético. Dessa forma, o fornecimento de DNA ou documentação odontológica pode ajudar nas identificações dos corpos.

O confronto genético pode ser decisivo para que essas famílias tenham respostas.



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