Uma operação realizada em Campo Grande registrou a presença de um produto altamente viciante e proibido no Brasil: o snus, um derivado de tabaco fabricado na Suécia. Esta é a primeira vez que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é notificada sobre a apreensão do snus no país, conforme informado pela Vigilância Sanitária de Mato Grosso do Sul.
A Anvisa confiscou 2.260 sachês da substância importados irregularmente. O Snus é uma substância em formato de sachê que, ao ser colocada sob a língua ou a gengiva, libera nicotina diretamente na corrente sanguínea.
Conforme o gerente de apoio aos municípios da Vigilância Sanitária, Matheus Moreira Pirolo, o Snus é altamente viciante por possuir alta carga de nicotina.
“Os efeitos desse produto à saúde são vários. Então, nós temos relatos de parada cardíaca durante a utilização desse produto, nós temos relatos de câncer de boca, faringe, esôfago, nós temos relato de gengivite, queda dos dentes, nós temos também relatos a longo prazo de depressão, ansiedade e outras doenças graves”, explica Matheus.
Segundo a SES (Secretaria de Estado de Saúde), cada sachê do Snus contêm 6,5 mg de nicotina, o que representa 6,5 vezes mais do que a quantidade absorvida pelo corpo humano a partir da utilização de um cigarro comum (aproximadamente 1 mg de nicotina).
O gerente da Vigilância Sanitária informou que o produto foi identificado pelos Correios e que aguarda imagens para verificar quem é o remetente da mercadoria.
“Nós instauramos um procedimento e, ao final desse procedimento, o possível infrator, uma vez identificado, vai ser multado em até R$ 30 mil e o relatório será encaminhado para os órgãos de segurança pública, Polícia Federal e Polícia Civil”.
O Snus não tem autorização para importação, distribuição ou comercialização no Brasil. O produto apreendido chegou ao país de forma irregular e foi encontrado durante uma operação na capital.
Outras substâncias
A ação também resultou na apreensão de outros materiais avaliados em R$ 11,3 mil, incluindo falsos fitoterápicos.
Além do Snus, 6.600 cápsulas de fitoterápicos falsificados, que continham medicamentos alopáticos como ibuprofeno e corticoides também foram apreendidos.
Os produtos rotulados como “naturais” escondiam substâncias potencialmente perigosas. Quando consumidos sem orientação médica, medicamentos como os apreendidos podem causar gastrite, úlceras, falência renal e complicações metabólicas, como diabetes e hipertensão.
A Vigilância Sanitária reforça o alerta sobre os perigos de adquirir medicamentos e suplementos por meio de sites e redes sociais, uma prática que tem se tornado cada vez mais comum.
Muitos desses produtos não possuem registro na Anvisa e podem conter substâncias adulteradas ou em dosagens perigosas.