Suspeito deixou carta confirmando tentativa de atentado contra Trump, dizem promotores

CNN Brasil


O homem suspeito de se esconder com um rifle no campo de golfe onde Donald Trump estava no início deste mês, na Flórida, escreveu uma carta afirmando que “esta foi uma tentativa de assassinato de Donald Trump”, de acordo com um novo processo de promotores federais dos Estados Unidos.

Uma testemunha disse aos investigadores que Ryan Wesley Routh havia deixado uma caixa em sua casa meses antes, que “continha munição, um cano de metal, materiais de construção diversos, ferramentas, quatro telefones e várias cartas”.

Após saber da aparente tentativa de assassinato contra Trump, a testemunha abriu a caixa, de acordo com o processo.

O documento, endereçado ao “mundo”, dizia: “Esta foi uma tentativa de assassinato contra Donald Trump, mas eu falhei com você. Eu tentei o meu melhor e dei toda a coragem que pude reunir. Agora cabe a você terminar o trabalho; e eu oferecerei US$ 150 mil a quem puder concluí-lo”.

Trump “cortou as relações com o Irã como uma criança e agora o Oriente Médio se desfez”, destaca a carta.

Lista de locais onde Trump estaria

Os promotores dizem que Routh esteve na área do campo de golfe de Trump e da residência do ex-presidente em Mar-a-Lago em vários dias no mês anterior à sua prisão. Além disso, ele fez uma pesquisa no Google em um de seus telefones sobre como viajar da Flórida para o México.

Routh também tinha uma lista manuscrita de datas e locais onde o ex-presidente apareceu ou era esperado.

As autoridades informaram que o suspeito viajou da Carolina do Norte para West Palm Beach, na Flórida, em 14 de agosto.

Dados de celular mostram que o suspeito esteve perto da residência de Trump em Mar-a-Lago e do campo de golfe “vários dias e horários” entre 18 de agosto e 15 de setembro, o dia em que foi preso, ainda de acordo com os promotores.

Ao revistar o carro de Routh, os agentes encontraram seis celulares, um dos quais incluía “uma busca no Google sobre como viajar do Condado de Palm Beach para o México”.

“Os agentes também encontraram 12 pares de luvas; uma carteira de motorista do Havaí em nome do réu; um passaporte em nome do réu”, destaca o processo.

O histórico recente de Routh inclui período na Ucrânia, onde tentou, sem sucesso, ser recrutado para lutar contra a Rússia. Ele também esteve no Havaí, trabalhando em construção.

Em postagens online, frequentemente focadas na política dos EUA e eventos globais, Routh afirmou que votou em Donald Trump em 2016, mas que o ex-presidente havia se tornado uma decepção, acrescentando que “ficarei feliz quando você for embora”.

Routh, em um livro “autopublicado”, também disse ao Irã: “Vocês são livres para assassinar Trump”.

Relembre o caso

Routh, de 58 anos, foi acusado de dois crimes com armas de fogo na semana passada após supostamente fugir do Trump International Golf Course. Acusações mais graves podem ser apresentadas conforme a investigação continua.

Ele deve comparecer ao tribunal nesta segunda-feira (23) para uma audiência de detenção.

Os promotores afirmam que um agente do Serviço Secreto atirou contra Routh após avistar um rifle saindo da linha de árvores vários metros à frente de onde Trump estava jogando golfe, em 15 de setembro.

Além disso, Routh foi visto por uma testemunha fugindo do local.

A denúncia contra o suspeito pontua que dados de celular mostram que ele pode ter ficado à espreita por quase 12 horas no campo de golfe. Ele foi preso depois que a polícia avistou seu carro dirigindo em uma rodovia próxima.



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