A Rússia está tentando expulsar as forças ucranianas de Kursk, região ocidental, com dezenas de milhares de tropas, disse o principal comandante da Ucrânia nesta segunda-feira (11), visando retomar o território perdido durante o verão, enquanto sua ofensiva no leste da Ucrânia avança.
O comentário do General Oleksandr Syrskyi veio um dia após o New York Times relatar que Moscou havia reunido uma força de 50 mil tropas, incluindo soldados norte-coreanos, para um ataque na região que faz fronteira com a Ucrânia.
“Cumprindo uma ordem de sua liderança militar, (as forças russas) estão tentando desalojar nossas tropas e avançar profundamente no território que controlamos”, escreveu Syrskyi no aplicativo de mensagens Telegram.
O general não fez nenhuma referência à possível presença de reforços norte-coreanos entre os russos.
Países ocidentais, Coreia do Sul e Ucrânia disseram que a Coreia do Norte enviou tropas para a Rússia.
A Rússia não confirmou nem negou a presença de tropas norte-coreanas em seu território, embora o presidente Vladimir Putin tenha sancionado uma lei no sábado (9) sobre a parceria estratégica de seu país com Pyongyang, que inclui uma provisão de defesa mútua.
A Ucrânia lançou sua incursão em Kursk em agosto, tomando assentamentos em sua primeira implantação desse tipo em território russo, desde que Moscou lançou sua invasão em larga escala em fevereiro de 2022.
Os russos, no entanto, continuaram seu avanço lento, mas constante, por grande parte do leste da Ucrânia, onde está capturando vila por vila em uma tentativa de tomar toda a região industrializada de Donbas.
Em sua declaração, Syrskyi disse que a operação Kursk ainda estava desviando com sucesso as forças russas de montar ataques mais pesados na frente oriental.
“Essas dezenas de milhares de inimigos das melhores unidades de choque russas teriam invadido nossas posições nas direções de Pokrovsk, Kurakhiv ou Toretsk, o que teria piorado significativamente a situação na frente”, relatou ele.
A reportagem do New York Times, citando uma avaliação dos EUA, disse que a Rússia havia construído a força de Kursk sem precisar mover tropas do leste da Ucrânia.