O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse neste sábado (7) que os EUA não deveriam se envolver no conflito na Síria, onde forças rebeldes lutam contra o governo do presidente Bashar al-Assad.
“A Síria está um caos, mas não é nossa amiga, e os Estados Unidos não deveriam se envolver nisso. Esta não é a nossa luta. Deixe acontecer”, Trump declarou em uma publicação na plataforma de mídia social Truth Social.
Trump afirmou que, como a Rússia, aliada de Assad, está empenhada na guerra contra a Ucrânia, “parece incapaz de interferir no conflito da Síria, um país que protege há anos”.
Se a Rússia for forçada a sair da Síria, “pode ser na verdade a melhor coisa que pode acontecer”, porque “nunca houve muitos benefícios para a Rússia na Síria”, destacou.
Os Estados Unidos estão monitorando de perto os acontecimentos na Síria, de acordo com a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, na sexta-feira (6).
Entenda o conflito na Síria
A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.
O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.
Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.