Donald Trump prometeu apresentar os detalhes da nova política comercial dos Estados Unidos no início da semana que vem.
Mas numa coletiva ao lado do primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, Trump apontou que as diretrizes devem funcionar como um espelho às práticas adotadas pelos parceiros.
Qualquer país que cobre tarifas para produtos fabricados nos Estados Unidos pagaria exatamente a mesma taxa para vender aos americanos.
A proposta contradiz uma outra promessa de Trump, que dizia durante a campanha à Casa Branca que implementaria uma tarifa horizontal com o objetivo de reindustrializar os EUA.
Agora, a meta seria diminuir o déficit da balança comercial americana, que acumulou um saldo negativo de cerca de US$ 900 bilhões no ano passado.
As tarifas de importação se tornaram o centro da política americana nos últimos dias. Trump anunciou barreiras alfandegárias contra México e Canadá, dois dos maiores aliados da Casa Branca. E depois voltou atrás, adiando a implementação do imposto.
“Vamos ter tarifas recíprocas, onde o valor que um país cobra para nós é o valor que cobraremos deles. É o único jeito justo de fazer isso. Eu devo seguir este caminho e não uma tarifa única, horizontal”, disse Trump.
A promessa das tarifas trouxe incerteza aos mercados e levantou a ameaça de uma guerra comercial entre os Estados Unidos e todos os países que possam ser impactados pelo imposto. O risco é de que as cadeias globais de produção percam espaço e que as maiores economias do mundo se tornem cada vez mais isoladas.
A incerteza fez com que os três principais indicadores do mercado de ações dos Estados Unidos (Dow, Nasdaq e S&P 500) recuassem nesta sexta-feira (7).
Também contribuiu pro resultado a divulgação do balanço do mercado de trabalho em janeiro.
A economia dos Estados Unidos gerou 143 mil novas vagas no mês. Um resultado positivo, mas que representa menos da metade do volume de vagas criadas em dezembro.