De acordo com a análise do sociólogo e analista político Thiago de Aragão durante o WW desta quarta-feira (16), a corrida eleitoral nos Estados Unidos está mais acirrada do que o esperado, levando o ex-presidente Donald Trump a adotar uma postura mais agressiva em sua campanha.
Segundo Aragão, a campanha de Trump não imaginava chegar à segunda metade de outubro com a disputa tão apertada.
“O Trump, há seis meses, há nove meses, há um ano, ele não se imaginou chegando nessa situação, chegando no dia 16 de outubro, numa situação onde ele não seria, claramente, o vencedor”, afirma o analista.
A confiança excessiva da equipe de Trump é evidenciada pela escolha prematura de um vice-presidente.
Aragão observa: “A escolha de J.D. Vance é um exemplo de uma escolha já para um vice-presidente de fato consumado e não de um vice-presidente para uma campanha”.
Estratégia de diferenciação
Diante desse cenário inesperado, Trump tem intensificado sua agressividade, buscando se distanciar de sua adversária, Kamala Harris.
“O Trump, ele tenta de todas as formas se demonstrar completamente diferente da Kamala Harris”, explica Aragão.
O analista sugere que essa postura mais combativa de Trump é uma mistura de descontrole e cálculo político.
“Ele é primeiro descontrole e depois ele é tachado como cálculo. O Trump, ele é o mestre de remodular suas falas”, observa Aragão.
Apesar da agressividade, Aragão aponta que essa estratégia pode trazer vantagens para Trump, especialmente quando contrastada com a abordagem mais contida de Harris.
“Essa agressividade dele, ela é um exemplo um pouco dessa frustração, claro, mas de certa forma também acaba trazendo uma vantagem para ele em cima de alguma dose da passividade da Kamala Harris”, conclui o analista.